sexta-feira, 29 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (43)


“Tenho sede”

3. Aqui vemos a profunda reverência de nosso Senhor pelas escrituras.

Quão constantemente a mente do Salvador se voltava aos oráculos sagrados! Ele de fato vivia de toda a palavra que sai da boca de Deus.[1] Era o “Bem-aventurado Homem” que meditava na lei de Deus “de dia e de noite” (Sl 1).

 A palavra escrita era o que formava seus pensamentos, preenchia o seu coração, e regulava os seus caminhos. As escrituras são a vontade do Pai transcrita, e essa foi sempre o seu deleite. Na tentação, aqueles escritos foram sua defesa. Em seu ensino os estatutos do Senhor foram sua autoridade. Em suas controvérsias com os escribas e fariseus, sempre apelou à lei e ao testemunho.[2]

 E agora, na hora da morte, sua mente permanecia na palavra da verdade. A fim de alcançar a força principal dessa quinta elocução do Salvador na cruz, devemos reparar em seu contexto: “Sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede” (Jo 19.28).

 A referência é ao Salmo 69 — mais um dos salmos messiânicos que descrevem tão vividamente sua paixão. No espírito de profecia, havia declarado: “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre” (v. 21). Isso ainda estava sem ser concluído. As predições dos versículos precedentes já tinham recebido seu cumprimento. Ele já havia atolado no “profundo lamaçal” (v. 2); ele havia sido aborrecido “sem causa” (v. 4); ele havia “suportado afrontas” e confusão (v. 7); ele havia se “tornado como um estranho” para os seus irmãos (v. 8); ele havia se tornado “um provérbio” para os seus injuriadores, e “a canção dos bebedores de bebida forte” (vv. 11,12); ele havia “clamado a Deus” em sua angústia (vv. 17-20) — e agora nada mais faltava senão oferecer a ele a bebida de vinagre e fel, e a fim de cumprir isso foi que ele bradou: “Tenho sede”.

 “Sabendo Jesus que já TODAS as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede”. Quão completamente calmo estava o Salvador! Ele estava pendurado naquela cruz por seis horas e havia passado por sofrimento sem paralelo, e contudo sua mente está clara e sua memória intacta. Tinha diante de si, com perfeita distinção, toda a palavra divina. Ele revisava o escopo todo da predição messiânica. Ele lembra-se de que há uma profecia escriturística que não foi levada a cabo. Ele não passou por cima de nada. Que prova essa de que ele era divinamente superior a todas as circunstâncias! 

 Antes de prosseguirmos devemos brevemente indicar uma aplicação para nós mesmos. Temos observado como o Salvador se curvou à autoridade da escritura tanto na vida quanto na morte; leitor cristão, como isso se dá contigo? O livro divino é a corte final de apelação a você? Você descobre nela uma revelação da mente e da vontade de Deus concernente a você? Ela é uma lâmpada para os seus pés? [3] Ou seja, você está andando em sua luz? [4] Os seus mandamentos são obrigatórios para você? 

Você está realmente obedecendo-a? Você pode dizer com Davi, “Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos. Apego-me aos teus testemunhos... Considerei os meus caminhos, e voltei os meus pés para os teus testemunhos. Apressei-me, e não me detive, a observar os teus mandamentos” (Sl 119.30,31,59,60)? Você, como o Salvador, está ansioso por cumprir as escrituras?

 Ó, possam o escritor e o leitor buscar graça para orar de coração: “Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela tenho prazer. Inclina o meu coração a teus testemunhos... Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma” (Sl 119.35,36,133).
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br


[1] Nota do tradutor: Mateus 4.4.
[2] Nota do tradutor: Isaías 8.20.
[3] Nota do tradutor: Salmo 119.105.
[4] Nota do tradutor: 1João 1.7.

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (42)


“Tenho sede”

 
“Tenho sede”. Isso era mais do que a sede comum. Era algo mais profundo do que os sofrimentos físicos por detrás dela. Uma comparação cuidadosa de nosso texto com o de Mateus 27.48 mostra tais palavras “Tenho sede” seguidas imediatamente após a quarta elocução de nosso Salvador na cruz — “Eli, Eli, lama sabactâni” — pois enquanto o soldado estava pressionando a esponja embebida em vinagre nos lábios do padecente, alguns dos espectadores gritaram: “Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo”.
 
Todos sabemos que as provações internas da alma reagem no corpo, destruindo os nervos e afetando o vigor — “O espírito abatido virá a secar os ossos” (Pv 17.22); “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.3,4).

O corpo e a alma são solidários um com o outro. Lembremo-nos de que o Salvador havia acabado de emergir das três horas de trevas, durante as quais a face de Deus havia se retirado dele enquanto sofria a fúria de sua ira derramada. Esse grito de sofrimento do corpo diz-nos, então, da severidade do conflito espiritual que ele tinha acabado de passar! Falando com antecedência pela boca de Jeremias dessa hora mesma, ele disse:
 
“Não vos comove isto a todos vós que passais pelo caminho? atendei, e vede, se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que me entristeceu o Senhor, no dia do furor da sua ira. Desde o alto enviou fogo a meus ossos, o qual se assenhoreou deles; estendeu uma rede aos meus pés, fez-me voltar para trás, fez-me assolada e enferma todo o dia” (Lm 1.12,13). Sua “sede” foi o efeito da agonia de sua alma no feroz calor da ira divina. Falava da seca da terra onde o Deus vivo não está.



Mais ainda: claramente expressava seu anelo por comunhão novamente com ele, de quem ficara separado por três horas. Não foi o próprio Cristo quem disse, pelo espírito de profecia, e o faz agora, assim que emergiu das trevas: “Como o cervo brama pelas correntes de águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” Não identificam as palavras seguintes quem fala e não revelam elas o tempo em que aquele anelo e “suspiro” foram expressos? “As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?” (Sl 42.1-3).
 
 

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

ENCHENDO O BALDE



"O que tenho isso te dou..." (Atos 3:6).


Um homem de idade já bem avançada estava dando muito pouco a
Deus, mas, para ele, verdadeiramente, já era um sacrifício.
Ele tinha um amigo bem mais jovem que sempre zombava dele.
Uma vez, seu amigo lhe disse: "É tão grande a necessidade do
mundo e você pensa que seus poucos dólares farão alguma
diferença! Amigo velho, o que você dá é apenas uma gota em
um balde". Mas o homem idoso, com alegria em seu rosto,
disse: "Sim, mas esta gota é tudo que Deus espera de mim.
Ele olhará e verá o balde cheio."


Muitas vezes, por crer que temos muito pouco a dar a Deus,
acabamos não dando nada. E quando agimos dessa maneira,
deixamos de ser uma bênção na obra do Senhor e deixamos de
receber as bênçãos do Senhor da obra. Não podemos deixar de
oferecer o pouco que nós temos; Deus fará a multiplicação.


Quando o assunto é "dar ao Senhor", não se resume apenas a
dinheiro. O Senhor espera que lhe ofertemos o coração, o
tempo, o sorriso, a gratidão, a vida. Ele deu a Sua vida
pelos nossos pecados para que, da mesma forma, ofereçamos
nossas vidas para que o mundo seja transformado e salvo.


Há pessoas que dizem: "Minha fé é muito pequena". Mas, o
Senhor multiplica a fé e nos ensina a esperar e ver os Seus
milagres. Há pessoas que não testificam do amor de Deus,
dizendo: "não sei falar bonito". Mas, o Senhor transforma
nossas simples palavras em poesias de vida eterna. Há
pessoas que não colaboram financeiramente com a
evangelização dos perdidos, com a justificativa: "O que
tenho é muito pouco e de nada servirá".
Mas, Deus transforma nossas poucas moedas
em uma importância capaz de salvar o mundo.


Entreguemos, pois, a Deus, aquilo que temos para ofertar. E
que nossa oferta seja motivada pela alegria de nossos
corações. Se o que oferecemos é pouco, Ele multiplicará.
Vamos encher o balde,
mesmo que seja com uma pequena gota de nosso amor.


Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!
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quinta-feira, 28 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (41)


“Tenho sede”

2. Vemos aqui a intensidade dos sofrimentos de Cristo.

Vamos primeiro considerar esse brado do Salvador como uma expressão de seu sofrimento corporal. Para perceber algo do que há por trás de tais palavras devemos relembrar e rever o que as precede. Após instituir a Ceia no cenáculo, seguida pelo longo discurso pascal a seus apóstolos, o Redentor transferiu-se para o Getsêmane e ali, por uma hora, passou pela mais excruciante agonia. Sua alma estava extremamente triste. Enquanto ele contemplava o terrível cálice dele escorria, não suor, mas grandes gotas de sangue.

 
Sua luta no Jardim foi finda com o aparecimento do traidor acompanhado pelo bando que viera prendê-lo. Ele foi trazido perante Caifás e, ainda que fosse metade da noite, foi examinado e condenado. O Salvador foi retido até de manhã cedo, e após as fatigantes horas de espera haverem terminado, foi levado para diante de Pilatos. Seguindo um longo julgamento, ordens foram dadas para que se o açoitassem. Em seguida, foi conduzido, talvez atravessando direto pela cidade, à corte de julgamento de Herodes e, depois de uma breve aparição perante esse prelado romano, foi entregue às mãos dos brutais soldados. Novamente foi ele escarnecido e chicoteado, e outra vez foi levado através da cidade, de volta a Pilatos.

 
Mais uma vez houve a enfadonha demora, as formalidades de um julgamento, se é que uma tal farsa seja merecedora desse nome, seguida pela sentença de morte dada. Então, com as costas sangrando, carregando sua cruz sob o calor do sol do já quase meio-dia, ele caminhou até às escarpadas alturas do Gólgota. Atingindo o lugar designado da execução, suas mãos e pés foram pregados ao madeiro. Por três horas ele ficou ali pendurado com os inclementes raios solares incidindo sobre sua cabeça coroada de espinhos. Isso foi seguido pelas três horas de trevas que agora o cobria. 

 
Aquela noite e aquele dia foram horas nas quais uma eternidade foi condensada. Todavia, durante toda ela, nem uma só palavra de murmuração passou em seus lábios. Não havia queixa alguma, nenhum rogo por misericórdia. Todos os seus sofrimentos foram suportados em augusto silêncio. Como uma ovelha muda perante seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca.[1] Mas agora, no fim, seu corpo arruinado, dorido, sua boca ressecada, ele clama, “Tenho sede”. Não foi um apelo por compaixão, nem um pedido pela mitigação de seus sofrimentos; ele expressou a intensidade das agonias por que estava passando.

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br



[1] Nota do tradutor: Isaías 53.7.

JOGANDO NO MESMO TIME


"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união"
(Salmos 133:1).


Casey Stengel, antigo treinador do New York Yankees, time de
futebol americano, disse certa vez: "Conseguir bons
jogadores é fácil. Difícil é fazê-los jogar juntos" (R.
Robert Cueni).


Seria muito bom se entendêssemos a importância de vivermos
unidos. Seria proveitoso para nós e para as pessoas com quem
convivemos todos os dias. Seria edificante para nossa vida
espiritual e para toda a igreja de Deus.


Unidos somos fortes; unidos temos mais segurança; unidos
compartilhamos amor; unidos temos mais facilidade de
levantar quando um fracasso nos derruba; unidos podemos
brilhar com mais intensidade. Uma igreja desunida é fraca e
não inspira confiança; insiste em caminhar e não chega a
lugar algum; proclama o amor do Senhor mas não convence a
ninguém.


Se queremos os favores de Deus precisamos exercitar a
humildade -- o orgulho e a vaidade nos afastam dEle e dos
irmãos, bloqueando as bênçãos que o Senhor nos tem
preparado. Se queremos uma vida espiritual sólida,
precisamos caminhar ao lado dos irmãos, ajudando e sendo
ajudados, relembrando a palavra que diz: "Onde estiverem
dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles" (Mateus 18:20).


Nós fazemos parte do mesmo time e devemos "jogar juntos".
Somos cristãos, filhos do Deus Altíssimo, chamados para
servir ao Senhor Jesus, guiados pelo Espírito Santo,
herdeiros do Céu de glória. Todos nós passaremos a
eternidade juntos. Por que não começar esse relacionamento
agora mesmo? Essa é a vontade de Deus. Esse é o caminho de
nossa felicidade.


Eu não posso evangelizar o mundo sozinho. Preciso da ajuda
de todos. Posso contar com você?





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quarta-feira, 27 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (40)


“Tenho sede”

1. Temos aqui uma prova da humanidade de Cristo.

O Senhor Jesus era Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, mas também foi homem verdadeiro vindo de homem verdadeiro. Isso é algo para ser crido e não para que a orgulhosa razão sobre ele especule. A pessoa de nosso adorável Salvador não é um objeto adequado para a diagnose intelectual; antes, devemos nos curvar diante dele em adoração. Ele mesmo nos avisou: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai” (Mt 11.27). E outra vez o Espírito de Deus, através do apóstolo Paulo, declara: “E evidentemente é grande o mistério da piedade com que Deus se manifestou em carne” (1Tm 3.16, Vulgata[1]).
 
Enquanto pois há muita coisa acerca da pessoa de Cristo que nos é insondável ao próprio entendimento, todavia, tudo que há sobre ele é para se admirar e prestar adoração: em primeiro lugar, sua deidade e humanidade, e a perfeita união dessas duas em uma única pessoa. O Senhor Jesus não foi um homem divino, nem um Deus humanizado; foi o Deus-homem. Para sempre Deus, e agora para sempre homem. Quando o Amado do Pai encarnou-se, não cessou de ser Deus, nem pôs de lado nenhum de seus atributos divinos, ainda que tenha se despojado da glória que tinha com o Pai antes de haver o mundo. Mas na encarnação, o Verbo se fez carne e tabernaculou [2] entre os homens. Ele não deixou de ser tudo o que era anteriormente, mas tomou para si o que não tinha antes — humanidade perfeita.

A deidade e a humanidade do Salvador foram, cada uma delas, contempladas na predição messiânica. A profecia representava aquele que havia de vir, ora como divino, ora como humano. Ele era o “Renovo do Senhor” (Is 4.2). Ele era o Maravilhoso Conselheiro, o Deus forte, o Pai dos séculos (Hebreus[3]), o “Príncipe da paz” (Is 9.6). Aquele que haveria de sair de Belém e ser rei em Israel, era aquele cujas saídas são desde os dias da eternidade (Mq 5.2). Ele era ninguém menos do que o próprio Jeová que apareceria de repente no templo (Ml 3.1).

Todavia, por outro lado, ele era a “semente” da mulher (Gn 3.15); um profeta como Moisés (Dt 18.18); um descendente da linhagem de Davi (2Sm 7.12,13). Ele era o “servo” de Jeová (Is 42.1). Ele era o “homem de dores” (Is 53.3). E é no Novo Testamento que nós vemos esses dois diferentes grupos de profecias harmonizados. Aquele nascido em Belém era o Verbo divino.
 
A Encarnação não significa que Deus se manifestou como um homem. O Verbo se fez carne; tornou-se o que não era antes, ainda que nunca cessasse de ser tudo o que fora anteriormente. Aquele que era em forma de Deus e que não teve por usurpação ser igual a Deus “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7). O bebê de Belém era Emanuel — Deus conosco —, era mais do que uma manifestação de Deus, ele era Deus manifestado em carne. Era tanto Filho de Deus como Filho do Homem.

Não duas personalidades separadas, mas uma pessoa possuindo as duas naturezas — a divina e a humana. Enquanto aqui na terra, o Senhor Jesus deu provas completas de sua divindade. Ele falava com sabedoria divina, ele agia em santidade divina, ele exibia poder divino, e ele mostrava amor divino. Ele lia as mentes dos homens, movia seus corações e compelia-os em suas vontades. Quando a ele agradava exercer seu poder, toda a natureza ficava sujeita ao seu mando. Uma palavra dele e a enfermidade saía, uma tempestade era acalmada, o demônio partia, o morto retornava à vida. Tão verdadeiramente era ele Deus manifesto em carne, que podia dizer: “Quem vê a mim vê o Pai”.[4] 
 
Assim, também, quando tabernaculava entre os homens, o Senhor Jesus dava total prova de sua humanidade — humanidade sem pecado. Ele adentrou a esse mundo como bebê e estava envolto em panos (Lc 2.7). Quando criança, é-nos dito, ele “crescia... em sabedoria, e em estatura” (Lc 2.52). Quando menino, encontramo-lo “interrogando” os doutores (Lc 2.46). Quando homem, seu corpo esteve “cansado” (Jo 4.6). Ele “teve fome” (Mt 4.2). Ele dormiu (Mc 4.38). Ele ficou “admirado” (Mc 6.6). Ele “chorou” (Jo 11.35). Ele “orava” (Mc 1.35). Ele “se alegrou” (Lc 10.21). Ele “gemeu internamente” (Jo 11.33, Vulgata[5]). E aqui em nosso texto ele clamou: “Tenho sede”.
 
Isso demonstrava sua humanidade. Deus não tem sede. Os anjos também não. Não a teremos na glória:  “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede” (Ap 7.16). Mas temos sede agora, porque somos humanos e estamos vivendo num mundo de dor. E Cristo ficou sedento porque era homem: “Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos” (Hb 2.17).

 

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 



[1] Nota do tradutor: Na versão portuguesa de D. Vicente M. Zioni (Novo Testamento Edições Paulinas).
[2] Nota do tradutor: Tradução alternativa de João 1.14, escolhida pelo autor, pouco comum mas perfeitamente válida.
[3] Nota do tradutor: Cf. capítulo primeiro da Epístola.
[4] Nota do tradutor: João 14.9.
[5] Nota do tradutor: Na versão portuguesa de D. Vicente M. Zioni (Novo Testamento Edições Paulinas).

terça-feira, 26 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (39)


5. A PALAVRA DE SOFRIMENTO


 

“Sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se       cumprisse, disse: Tenho sede” (João 19.28).

 “TENHO SEDE”. Tais palavras foram faladas pelo Salvador padecente um pouco antes de ele curvar sua cabeça e render o espírito. Somente são registradas pelo evangelista João e, como podemos ver, é conveniente que elas devam ter lugar em seu evangelho, pois não apenas demonstram sua humanidade, mas também salientam sua glória divina.

“Tenho sede”. Que texto para um sermão! Um sermão curto e verdadeiro, e contudo quão abrangente, quão expressivo, e quão trágico! O Criador dos céus e da terra com os lábios ressecados! O Senhor da glória precisando de um gole de água! O Amado do Pai clamando, “Tenho sede!” Que cena! Que palavra, essa! Claramente, nenhuma pena não inspirada traçou um quadro desses.  Outrora o Espírito de Deus moveu Davi a dizer a respeito do Messias vindouro: “Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre” (Sl 69.21).
 
Quão maravilhosamente completa foi a previsão da profecia! Nenhum item essencial lhe estava faltando. Todo detalhe importante da grande tragédia fora escrito de antemão. A traição por um amigo íntimo (Sl 41.9), a deserção dos discípulos por ficarem escandalizados com ele (Sl 31.11), a acusação falsa (Sl 35.11), o silêncio perante seus juízes (Is 53.7), sua ausência de culpa provada (Is 53.9), o ser contado entre os transgressores (Is 53.12), o ser crucificado (Sl 22.16), a zombaria dos espectadores (Sl 109.25), o escárnio pelo não livramento (Sl 22.7, 8), o sorteio de suas vestes (Sl 22.18), a oração por seus inimigos (Is 53.12), o ser desamparado por Deus (Sl 22.1), a sede (Sl 69.21), o render de seu espírito nas mãos do Pai (Sl 31.5), os ossos não quebrados (Sl 34.20), o sepultamento na tumba de um rico (Is 53.9); tudo claramente predito séculos antes de se suceder. Que evidência convincente da inspiração divina das escrituras!  Quão firme fundamento vós, santos do Senhor, está posto para sua fé, na sua palavra excelente!

“Tenho sede”. O fato que está aqui registrado como uma das sete elocuções de nosso Senhor na cruz sugere que seja uma palavra de precioso significado, uma palavra para ser entesourada em nossos corações, uma palavra merecedora de prolongada meditação. Temos visto que cada um dos ditos anteriores do Salvador padecente tem muito a nos ensinar e, certamente, esse não pode ser uma exceção. O que então podemos deduzir dele? Quais são as lições que essa quinta palavra da série nos ensina? Possa o Espírito da verdade iluminar nosso entendimento à medida que nos esforçamos para fixar nela nossa atenção.

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

BOM E FIEL


"E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre
o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo
do teu senhor" (Mateus 25:21).


Um ministro voltou para casa, depois de uma reunião
desastrosa na igreja, e sentou-se para almoçar com sua
família. "Nada que faço dá certo!" ele se lamentou. "Eu sou
um fracasso completo!" "Oh, não diga isto", disse sua
esposa. "Todo mundo serve para ALGO - mesmo que seja para
servir de péssimo exemplo para outros!"


O que temos feito de nossas vidas? Quais têm sido nossas
atitudes? Que exemplo temos dado aos nossos familiares, aos
nossos amigos, aos nossos vizinhos e aos nossos irmãos da
igreja? Podem eles testificar de que somos diferentes? Podem
eles comprovar que, sendo filhos de Deus, houve mudança em
nossas vidas? Têm eles observado uma espécie de brilho em
nossos rostos, quando estamos junto a eles?


Às vezes pensamos que somos um fracasso, que nada fazemos,
que não servimos para coisa alguma, mas, o Senhor tem Seus
planos, tem a hora certa de nos fazer agir. É Ele quem
determina o momento certo, a maneira mais adequada, o que
fazer e como fazer. Estamos à Sua disposição e tudo quanto
fizermos de nós mesmos, provavelmente fracassará ou não
glorificará o nome do Senhor. É melhor fazermos pouco sob a
direção de Deus do que fazermos muito, fora de Sua vontade.
A glória tem de ser dEle e cabe-nos tão somente obedecê-lo.


Deus nos tem separado para sermos bênçãos em Suas mãos. Se
seguirmos a Sua direção, tudo dará certo. Se colocarmos
nossas vidas em Seu altar e no centro de Sua vontade,
seremos sempre vitoriosos, nossos parentes e amigos também o
serão - através de nós, e o ambiente em que vivemos será
muito mais iluminado.


A mulher do ministro de nossa ilustração disse que podemos
servir de bom e de mau exemplo. Eu não quero que seja assim
comigo. Não quero desagradar ou envergonhar o meu Senhor.
Quero que o Seu coração se alegre com a minha vida.


Eu quero ser chamado de "servo bom e fiel". Farei de tudo
para que seja assim. E você?




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segunda-feira, 25 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (38)


“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

7. Aqui vemos a destruição da “esperança maior”.

Esse clamor do Salvador prenuncia a condição final de toda alma perdida   — abandonada por Deus! A fidelidade nos obriga a alertar o leitor acerca dos falsos ensinos de hoje. É-nos dito que Deus ama a todos, e que ele é misericordioso demais para em algum tempo levar a cabo as ameaças de sua palavra.  Exatamente como a antiga serpente argumentou com Eva. Deus tinha dito: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás”. A serpente disse: “Certamente não morrereis”. Mas qual palavra evidenciou ser verdadeira? Não a do diabo, pois ele é mentiroso desde o princípio [1]. A ameaça divina foi cumprida, e nossos primeiros pais morreram espiritualmente no dia em que desobedeceram à sua ordem. Isso se provará também num dia vindouro.
 
Deus é misericordioso; o fato dele ter provido um Salvador, leitor, demonstra-o. O fato de que ele convida você para receber a Cristo como seu Salvador evidencia sua misericórdia. O fato de que ele é tão longânime com você, que suporta a sua obstinada rebelião até agora, que prolongou o seu dia de graça até o presente momento, prova-o. Mas há um limite para a sua misericórdia. O dia da misericórdia em breve findará. A porta de esperança em breve será trancada. A morte pode rapidamente ceifar a ti, e após essa vem “o juízo”.[2] E no Dia do Juízo Deus vai tratar com justiça e não com misericórdia. Ele vingará a misericórdia da qual você desdenhou. Ele executará a sentença de condenação já passada sobre você: “Quem não crer será condenado” (Mc 16.16).

Não repetiremos novamente o que já dissemos em detalhes; basta por ora lembrar o leitor mais uma vez como esse brado de Cristo testemunha do ódio divino ao pecado. Porque é justo e santo, Deus deve julgar o pecado onde quer que ele seja encontrado. Se então ele não poupou o Senhor Jesus quando o pecado foi achado sobre ele, que esperança pode haver, leitor não salvo, de que ele poupará a ti quando estiveres diante dele no grande trono branco com pecado sobre ti? Se Deus derramou sua ira em Cristo enquanto pendurado como fiador de seu povo, fique certo de que ele, com a mais absoluta certeza, derrama-la-á sobre você, se morrer em seus pecados.
 
A palavra da verdade é explícita: “Aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (Jo 3.36). Deus “não poupou” seu próprio Filho quando tomou o lugar do pecador, e não poupará a quem rejeita o Salvador. Cristo ficou separado de Deus por três horas, e se você finalmente rejeitá-lo como seu Salvador, também o será, para sempre — “os quais sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do senhor” (2Ts 1.9).
 
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”  Eis aqui um Brado de Desolação — Leitor, possa você nunca ecoá-lo. Eis aqui um Brado de Separação — Leitor, possa você jamais experimentá-lo.  Eis aqui um Brado de Expiação — Leitor, possa você apropriar-se de suas virtudes salvíficas.

 


pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 



[1] Nota do tradutor: João 8.44.
[2] Nota do tradutor: Hebreus 9.27.

domingo, 24 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (37)


 
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

6. Aqui vemos a suprema evidência do amor de Cristo por nós.

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13). Mas a grandeza do amor de Cristo pode ser estimada somente quando estamos aptos a mensurar o que estava envolvido nesse “dar” a sua vida. Como vimos,  significava muito mais do que a morte física, mesmo que essa fosse de indizível vergonha, e indescritível sofrimento. Significava que ele tinha de tomar o nosso lugar e ser feito “pecado” por nós, e o que isso envolvia só pode ser julgado à luz de sua pessoa.
 
Imagine uma mulher perfeitamente honrada e virtuosa forçada a suportar, por algum tempo, a associação com o que há de mais vil e impuro. Imagine-a encerrada num antro de iniquidade, rodeada pelos mais grosseiros dentre os homens e as mulheres, e sem nenhum meio de escape. Você pode avaliar sua repulsa às blasfêmias de suas bocas sujas, à farra de embriaguez, à obscenidade dos arredores?

Você pode formar uma opinião do que uma mulher pura sofreria em sua alma em meio a tal impureza? Mas a ilustração é, de longe, falha, pois não há nenhuma mulher absolutamente pura. Honrada, virtuosa, moralmente pura, sim, porém, pura no sentido de ser sem pecado, espiritualmente pura, não. Mas Cristo era puro; absolutamente puro. Ele era o Santo. Ele tinha uma infinita aversão ao pecado. Ele o aborrecia. Sua alma santa se esquivava dele. Mas, na cruz, nossas iniquidades foram todas postas sobre ele, e o pecado — essa coisa vil — envolvia-se em torno dele como uma horrível serpente enrolada. E, contudo, ele de bom grado sofreu por nós! Por quê? Porque nos amou: “Como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1). 
 
Mas mais ainda: a grandeza do amor de Cristo por nós pode ser avaliada apenas quando somos capazes de medir a ira divina que foi derramada sobre ele. Era disso que sua alma se esquivava. O que isso significou para ele, o que custou a ele, pode se saber em parte por um minucioso exame dos salmos nos quais se nos permite ouvir algo de seus patéticos solilóquios e petições a Deus. Falando com antecipação, o próprio Senhor Jesus pelo Espírito clamou através de Davi:
 
“Livra-me, ó Deus, pois as águas entraram até à minha alma. Atolei-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me leva. Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus.   Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me aborrecem, e das profundezas das águas. Não me leve a corrente das águas e não me sorva o abismo, nem o poço cerre a sua boca sobre mim.  E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa. Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos. Bem conheces a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha confusão; diante de ti estão todos os meus adversários. Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei” (Sl 69.1-3, 14, 15, 17-20).

 
E outra vez: “Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim” (Sl 42.7). A aversão divina ao pecado sobreveio impetuosa e rebentou sobre o Portador do Pecado. Aguardando de modo expectante a terrível angústia da cruz, ele clamou através de Jeremias: “Não vos comove isto a todos vós que passais pelo caminho? Atendei, e vede, se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que me entristeceu o Senhor, no dia do furor da sua ira” (Lm 1.12).
 
Essas são algumas das passagens que nos sugerem e pelas quais podemos julgar o indizível horror com que o Santo contemplava aquelas três horas na cruz, horas nas quais estava condensado o equivalente a uma eternidade no inferno. O amado do Pai deve ter a luz da face de Deus ocultada dele; ele deve ser deixado sozinho nas trevas exteriores. Aqui tinha amor incomparável e imensurável. “Se queres, passa de mim este cálice”, ele clamou. Mas não era possível que seu povo fosse salvo a menos que ele bebesse até a última gota daquele copo de desgraça e ira; e, porque não havia nenhum outro que podia bebê-lo, ele o fez. Bendito seja seu nome! Onde o pecado havia trazido o homem, o amor trouxe o Salvador.

 

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

 

sábado, 23 de março de 2013

OS SETE BRADOS DO SALVADOR SOBRE A CRUZ – ARTHUR W PINK (36)


“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

 A morte de Cristo na cruz foi uma morte maldita: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13). A “maldição” é alienação de Deus. Isso fica evidente pelas palavras que Cristo ainda dirá àqueles que estarão à sua esquerda no dia de seu poder — “Apartai-vos de mim, malditos”, ele dirá (Mt 25.41).
 
A maldição é desterro da presença e glória divinas.  Isso explica o sentido de vários tipos do Antigo Testamento. O boi que era morto anualmente no Dia da Expiação, após seu sangue ter sido espargido sobre e diante do propiciatório, era removido para um lugar “fora (exterior) do arraial” (Lv 16.27) e ali seu cadáver era queimado por inteiro. Era no centro do acampamento que Deus tinha sua residência, e a exclusão do acampamento significava banimento de sua presença. Assim também com o leproso. “Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do arraial” (Lv 13.46) — isso porque aquele era o tipo encarnado do pecador. Aqui, ainda, está o antítipo da “serpente de bronze”.
 
Por que Deus instruiu Moisés a colocar uma “serpente” sobre uma haste, e ordenou aos israelitas mordidos para olhar para ela? [1] Imagine uma serpente como tipo de Cristo, o Santo de Deus! Sim, mas ela representava-o como “[feito] maldição por nós”, pois a serpente era a lembrança da maldição. Na cruz, então, Cristo estava cumprindo esses símbolos do Antigo Testamento. Ele estava “fora do arraial” (compare Hebreus 13.12) — separado da presença de Deus. Ele era o “leproso” — feito pecado por nós. Ele era como a “serpente de bronze” — feito maldição por nós. Daí, também, o profundo significado da coroa de espinhos — o símbolo da maldição! Levantado, coroado de espinhos, para mostrar que estava levando a maldição em nosso lugar.

Aqui, também, está a significação das três horas de trevas que cobriram a terra como uma mortalha de morte. Era uma escuridão sobrenatural. Não era noite, pois o sol estava em seu zênite. Como bem o disse o Sr. Spurgeon, “Fez-se meia noite ao meio dia”. Não foi eclipse algum. Os astrônomos competentes nos dizem que ao tempo da crucificação a lua estava à sua maior distância do sol. Mas esse brado de Cristo dá o sentido das trevas, enquanto que essas nos dão o significado daquele amargo brado. Somente uma coisa pode explicar tal escuridão, visto que uma coisa apenas pode interpretar tal clamor — que Cristo havia tomado o lugar dos culpados e perdidos, que ele se pôs no lugar para levar os pecados, que ele estava sofrendo o julgamento devido por seu povo, que ele que não conheceu pecado “[Deus] o fez pecado” por nós.
 
Aquele brado foi proferido para que a nós fosse concedido saber do que se passava ali. Era a manifestação da expiação, por assim dizer, pois três (três horas) é sempre o número de manifestação. Deus é luz e as “trevas” é o sinal natural de sua repulsa. O Redentor foi deixado sozinho com o pecado do pecador: tal era a explicação das três horas de escuridão. Assim como repousará sobre o condenado eternamente uma dupla miséria no lago de fogo, a saber, a dor do sentido e a dor da perda; do mesmo modo, Cristo, em correspondência, sofreu a ira de Deus derramada sobre si e também o afastamento de sua presença e comunhão.

Para o crente a cruz é interpretada em Gálatas 2.20: “Estou crucificado com Cristo”. Ele foi o meu substituto; Deus considera-me um com o Salvador. Sua morte foi a minha. Ele foi ferido por minhas transgressões e ferido por minhas iniquidades. O pecado não foi afastado, mas descartado. Como disse alguém: “Porque Deus julgou o pecado sobre o Filho, ele agora aceita o pecador crente no Filho”. Nossa vida está escondida com Cristo em Deus (Cl 3.3).
 
Eu estou encerrado em Cristo porque Cristo foi excluído de Deus. Ele sofreu em nosso lugar, ele salvou seu povo assim; A maldição que caiu sobre sua cabeça, era por direito devida por nós. A tempestade que curvou sua bendita cabeça, é apaziguada para sempre agora E o descanso divino é meu no lugar, enquanto ele está coroado de glória.[2]  Aqui então está a base da nossa salvação. Nossos pecados foram levados.
 
As reivindicações divinas contra nós foram plenamente satisfeitas. Cristo foi desamparado por Deus por um tempo para que pudéssemos desfrutar da sua presença para sempre. “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Que toda alma crente dê a resposta: ele adentrou as terríveis trevas para que eu pudesse andar na luz; ele bebeu o cálice de angústia para que eu pudesse beber o cálice de gozo; ele foi abandonado para que eu pudesse ser perdoado!

pastorvanderleifaria@yahoo.com.br



[1] Nota do tradutor: Números 21.8.
[2] Nota do tradutor: Trecho de um hino. No original: He suffered in our stead, he saved his people thus;/The curse that fell upon his head, was due by right to us./The storm that bowed his blessed head, is hushed for ever now/And rest Divine is mine instead, while glory crowns his brow.