quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O MAIOR PRESENTE DO MUNDO

Há mais de dois mil anos nasceu Jesus, na cidade de Belém da Judéia. Em cumprimento das profecias do Antigo Testamento, houve um período de silêncio. Quatrocentos anos sem qualquer revelação especial de Deus. Tempo suficiente para os incrédulos imaginarem que, realmente, Deus era um Ser distante, transcendente apenas. Por certo, muitos morreram dizendo que a Bíblia não era verdadeira, ou que as profecias caducaram. Como muitos posteriormente, nos tempos do apóstolo Pedro, iriam duvidar e fazer chacota com a segunda vinda de Cristo (2 Pe 3.1-12). Para o ímpio, sempre houve, e sempre haverá motivos suficientes para continuar no pecado. "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça" (2 Pe 3.13).

Na plenitude dos tempos, ou seja, quando o mundo estava devidamente preparado, nas condições adequadas para recebê-Lo, nasceu Jesus. Findou-se o grande silêncio, a longa espera, nasceu o Salvador, o nosso Redentor! Hoje comemoramos este grande e sublime acontecimento. Mas isso é apenas importante; o essencial mesmo é que Jesus Cristo nasça e habite em cada coração hoje. Deixemos os cuidados temporais, festejos, presentes, comidas e bebidas em segundo plano. Busquemos a Jesus, com humildade e singeleza de coração. Há um silêncio profundo, uma ausência sentida, um tremendo vazio de Deus na alma humana... Uma longa espera. Talvez desejada inconscientemente. Talvez esteja acontecendo algo semelhante em sua vida, amigo leitor. Hoje, porém, pode ser a plenitude do tempo para você, Quando Deus está comunicando-lhe a Sua Palavra.

O Natal nos faz pensar nos vários motivos que Deus nos dá para nos regozijarmos. Você também pode começar hoje mesmo a experimentar viver a alegria de Cristo em seu coração. Para tanto, comece a exercitar-se na prática da vida cristã. É tempo de alegria, tempo de festa...
É Natal, os sinos tocam. As vitrinas reluzentes e a magnífica ornamentação da cidade evidenciam a maior festa da cristandade. Presentes suntuosos são trocados. Compra-se roupas, sapatos, comidas e bebidas. Tudo de alto luxo, quando há recursos suficientes. Mas o Natal de Jesus, do Jesus humilde e pobre, o qual não teve sequer um lugar para nascer; Natal da mansidão, bondade e paz; a paz que os homens almejam e em nome da qual surgem as guerras e pelejas, a paz real, profunda, paz interior, paz do coração; essa é a dádiva maior de Deus ao mundo, O MAIOR PRESENTE AO MUNDO: JESUS! E foi Ele mesmo quem afirmou: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14.27).

Quando o Senhor Jesus se dirigia para o Calvário, onde seria consumada a obra redentora do Seu amor por nós, e onde os nossos pecados seriam cancelados para sempre, através do Seu sangue precioso, em meio ao sofrimento físico, mental, moral e espiritual, Jesus cantou com Seus discípulos: "E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras" (Mt 26.30). Quando, mais tarde, os Seus discípulos saíram a pregar, procuraram seguir esse costume de Jesus de cantar louvores a Deus, mesmo em circunstâncias tristes, desconfortáveis e humilhantes. Depois de serem presos injustamente, espancados e jogados no cárcere frio e asqueroso, "Pela meia noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os outros presos os escutavam..." (At 16.25).

Talvez a sua vida também tenha sido dura e você está enfrentando problemas aparentemente insolúveis. Você não encontra apoio das pessoas ao seu redor, nem mesmo da própria família. Seu desespero é esmagador, cruel. Lembre-se, ALGUÉM se importa com você, o entende, o ama profundamente e pode libertá-lo desse desagradável sentimento de rejeição. Sim, JESUS é o presente de Deus para as nossas vidas.

Amigo, hoje mesmo o Senhor Jesus pode entrar em sua casa, em sua vida, e mudar as circunstâncias, mudar seu coração. Receba a luz gloriosa da presença divina em seu coração. E, pela fé, receba o maior presente do mundo: vida eterna, salvação. Se você ainda não o recebeu, clame ao Senhor para que lhe conceda esse sublime e inigualável presente, hoje mesmo! Portanto, confie sua vida nas mãos daquele que tudo pode, como disse o salmista: “Mas eu confio, ó Senhor; e digo: tu és o meu Deus. Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem” (Sl 31.14-15).

Jesus Cristo nasceu, glória a Deus nas maiores alturas, porque nós também podemos dizer: Não importam as circunstâncias, louvaremos ao Senhor, O Maior Presente Do Mundo! Amém.

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

GUERRA E PAZ -- FELIZ ANO NOVO

"... tempo de guerra, e tempo de paz" (Eclesiastes 3:8).

"Esteja em guerra com seus vícios, em paz com seus vizinhos,e deixe que o novo ano faça de você um homem melhor"(Benjamin Franklin).

"Ano Novo, vida nova". Ouvimos essa frase muitas vezes e,quase sempre, nada acontece de novo nas vidas daqueles que a dizem. Mas para nós, que somos filhos de Deus, é necessário que transformemos esse dito popular em uma realidade espiritual.Algumas vezes estamos em guerra e outras em paz. Qual das duas situações fará com que nossa vida seja melhor? Ambas,se soubermos aplicá-las da forma correta e no momento correto.

Devemos estar em pé de guerra contra o pecado, contra os vícios, contra o orgulho, contra a vaidade, contra a mentira, contra a avareza, contra tudo que nos afasta da presença de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Essa guerra, ao contrário de outras, não provoca destruição. Ela nos edifica, nos alegra o coração, nos fortalece para enfrentar as horas de lutas e dificuldades. É uma guerra que nos ajuda a construir uma vida plena e abundante diante deDeus.

Devemos estar em paz com nossas vidas e com todos os que estão ao nosso redor. Devemos estar em paz com a nossa família, com aqueles que nos querem bem e até com os que nos ignoram. O Senhor é o Príncipe da Paz e se estamos em paz,estamos nEle, e Ele está em nós.

Precisamos estar em paz comos nossos sentimentos, com as nossas atitudes, com os nossos sonhos, com as nossas ansiedades, com aquilo que Deus nos dáe também com o que não nos dá. Que a harmonia entre a guerra e a paz que vivermos no próximo ano nos faça bem melhores do que fomos neste que está acabando. Se assim for, seremos imensamente felizes e o Senhor será glorificado em nossas vidas.

Feliz Ano Novo para todos.

Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

SINAIS DO FIM

Vejamos quais são os principais sinais da segunda vinda do Senhor Jesus, à luz do texto de Lucas 21:

Confusão Religiosa

- “Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais” (Lc 21.8).

Essa confusão já se faz presente em nossos dias. Em todos os lugares o diabo procura divulgar a falsa religiosidade, as heresias, as controvérsias, etc. Isto porque o seu objetivo é causar confusão nas mentes humanas. E, com isso, levando as pessoas a se distanciarem cada vez mais de Deus e do verdadeiro evangelho de Cristo Jesus. Cada dia surge uma nova seita prometendo o céu na terra. E muitos são arrastados por esses ventos de doutrinas. E o pior é que alguns, mesmo passando pelos seminários evangélicos, tornam-se presas fáceis das manipulações dos falsos profetas.

Conflitos Sociais

_ “Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino” (Lc 21.9-10).
A cada dia ouvimos falar de homens e mulheres que dedicaram integralmente suas vidas por uma causa perversa, destruidora, extremista, com propósitos políticos, sociais e religiosos equivocados e diabólicos. Uma verdadeira confusão religiosa, gerando tremendos conflitos sociais.

Calamidades Físicas Provenientes Da Natureza

_ “Haverá grandes terremotos” (Lc 21.11 a).
Terremotos com magnitude igual ou superior aos 7 graus na escala Richter, como o que atingiu o Haiti no dia 12 de janeiro, são mais comuns do que se pensa. De acordo com estimativa do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), 17 tremores de magnitude entre 7 e 7.9 ocorrem todos os anos no mundo, estimam especialistas.

“Epidemias”( Lc 21.11 b)

Em cada época surgem novas doenças, ceifando milhares de vítimas. Anos atrás falava-se no perigo da tuberculose. Depois o câncer trouxe pavor a muita gente. Quando a ciência ia conseguindo diminuir o impacto do câncer (não que ele esteja sob controle atualmente) apareceu a AIDS, ceifando milhões de vidas no mundo. Virando epidemia em várias partes da terra. Recentemente surgiu um vírus mais amedrontador, pela rapidez com que leva à morte as pessoas infectadas: o ebóla... Assim vai se cumprindo as Escrituras nesse tempo do fim.

Dificuldades Econômicas

_ “fome em vários lugares” (Lc 21.11c).
Em consequência das guerras, a fome. E, certamente, uma das coisas que mais tristeza nos causam é contemplar a miséria e a fome de em várias partes de nosso país, como, também, no mundo.

“Coisas Espantosas”( Lc 21.11d)

Sentimo-nos confusos e perplexos diante dos acontecimentos espantosos ao nosso redor. Alguns dos quais estarrecedores, como terrorismos, violência, sequestros, etc.

Sinais Cósmicos

_“e também grandes sinais do céu” (Lc 21.11 a)
Tsunami, Furacões, Vendavais, Tornados, OVNIS, etc.

Perseguições Religiosas, Políticas E Sociais

- “Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão... E sereis entregues até por vossos pais e irmãos, parentes e amigos...”( Lc 21. 12,16 a)

Violência E Morte

_ “...e matarão alguns dentre vós” (Lc 21.16b).
Nossa atitude diante do sofrimento, portanto, deve ser de adoração e gratidão a Deus, como fizeram os apóstolos do Senhor. Não há como fugir da luta, nos omitir, ou fingir que somos imunes, ou que estamos isentos dessa situação. Quando alguém diz que a Igreja está doente porque constata problemas e dificuldades, está simplesmente caindo na realidade claramente expressa na Palavra de Deus. Então, não nos compete ficarmos nos lamuriando e nos alarmando com a situação. Nossa missão não é fugir da situação, fugir do “incêndio”. E, nem mesmo, fugir da “fumaça” (causa ou efeito do incêndio).

Nossa missão, enquanto servos de Jesus Cristo, não se restringe à função de ARAUTOS – aqueles que dão o alarme e anunciam o perigo à vista. Mas, sim, ao cuidado com os feridos, estropiados e mutilados pelo pecado. Precisamos pedir a Deus que as dores e perseguições, que porventura viermos a sofrer, não nos façam ficar enrijecidos, amargos e revoltados com Ele e com a vida; mas que Deus nos torne maleáveis e úteis para o cumprimento dos propósitos divinos de anunciar o reino de Deus e a Sua justiça e para abençoar alguns. Mas, acima de tudo, precisamos atentar para as palavras de Jesus: “É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma” (Lc 21.19).

Certa ocasião Jesus se referiu a muitos religiosos, vibrantes e orgulhosos de suas atividades, cujos nomes não estavam registrados nos céus: “Nem todo o que diz Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). E, no final da Bíblia está registrado: “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse será lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20.15).

Isto é o que mais importa em toda a nossa religiosidade. E sem esta certeza, caminha sem Cristo e sem salvação nesta vida aqui é correr o risco de passar a eternidade sem Deus, sem a salvação de Cristo Jesus. E isto é o inferno!

Quando Jesus enviou os setenta discípulos para pregarem o evangelho, eles voltaram eufóricos pelas realizações e conquistas em nome do Senhor. Jesus se alegrou com eles, e por eles. Porém, acrescentou-lhes algo que eles não haviam percebido como motivo maior de alegria: “Contudo, não vos alegreis porque se vos submetem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus” (Lc 10.20). Eis aí a motivação maior de nossas realizações, o motivo maior de nossa alegria cristã.

_ “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!” (Jd 20-25).



Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br




Verifique se você pode dizer Amém a esta oração:

Breve Oração Matutina

“Ó Deus de abundante graça! Ó Pai misericordioso! Eu, que sou Teu indigno servo, aqui reconheço que, assim como nasci em pecado, assim também tenho vivido na iniquidade e tenho transgredido os Teus mandamentos em pensamento, palavra e ato. Também os tenho transgredido seguindo os desejos da minha própria vontade e as luxúrias da minha carne, não cuidando de deixar-me governar por Tua santa palavra e por Teu Espírito Santo. Por isso, se me tratares de acordo com a Tua justiça e o meu merecimento, eu mereço, com justiça, toda vergonha e miséria nesta vida e a condenação eterna no fogo do inferno.

Por conseguinte, ó Pai celeste, eu Te rogo, pelo amor de Teu Filho Jesus Cristo e pelos méritos da cruel morte e da sangrenta paixão que eu creio que ele sofreu por mim, que me absolvas e me perdoes todos os meus pecados, e que me livres da vergonha e da vingança que me são devidas por causa desses mesmos pecados. Envie Teu Santo Espírito ao meu coração, a fim de assegurar-me de que és meu Pai e de que sou Teu filho, e de que me amas com amor imutável.

Faças também que o Teu bom Espírito me guie em Tua verdade e crucifique em mim, cada vez mais, todas as concupiscências mundanas e carnais, para que os meus pecados morram cada vez mais em mim. E assim eu Te sirva com não fingida justiça e santidade no dia de hoje e em todos os dias da minha vida. Isso tudo para que, quando terminar esta vida mortal, eu seja feito, graças à Tua misericórdia em Cristo, participante da glória eterna em Teu reino celestial. E aqui, ó Senhor, do fundo do meu coração, dou-Te graças por todas as Tuas bênçãos concedidas à minha alma e ao meu corpo.

Dou-Te graças, ó Senhor, por me elegeres, em Teu amor, redimindo-me por Teu Filho, santificando-me por Teu Espírito e me preservando, desde a minha juventude e até ao presente dia e hora, por Tua misericordiosa providência.

Seja propício a todos os que Te temem e que tremem em face dos Teus juízos. Conforte todos os enfermos e desamparados. Senhor, mantém-me em contínua prontidão, pela fé e pelo arrependimento, para o meu fim definitivo, de modo que, viva ou morra, seja encontrado como Teu, para a Tua glória eterna e para a minha eterna salvação, mediante Jesus Cristo, meu único Mediador. É em Seu santo e bendito nome que peço estas misericórdias de Tuas mãos, e a Ti rendo louvor e glória com a oração que Ele santificou com Seus próprios lábios:“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. Amém.”[1]


“...Porque ele (Jesus) salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21)


[1] Bayly, Lewis – A PRÁTICA DA PIEDADE, Pg.s 175-177 – PES (Um excelente livro que eu gostaria de recomendar).

ISTO TAMBÉM PASSARÁ

'QUANDO PASSARES POR MOMENTOS DIFICEIS OU DE GLÓRIAS, RETIRE O ANÉL E LEIA O QUE ESTÁ ESCRITO"...


Conta-se de um rei bondoso e sábio que se encontrava no final de sua vida. Um dia, pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, tirou do dedo um anel e deu-lhe dizendo: “Quando fores rei, leve sempre contigo este anel. Nele está uma inscrição. Quando passares por momentos difíceis ou de glórias, retire o anel e leia o que nele está escrito.”

O velho sábio rei morreu, e seu filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que seu pai lhe dera. Passado algum tempo, surgiram conflitos com o reino vizinho que culminaram numa grande guerra.E num momento de grande angústia no aceso das batalhas, vendo mortos e muitos feridos caídos em meio ao rio de sangue, lembrou-se do anel, tirou-o e leu a inscrição: "Isto também passará."

E continuou a lutar com seu valente exército. Perdeu batalhas, venceu outras tantas, mas, ao final, saiu vitorioso.Ao retornar para seu reino, entrou coberto dos lauréis da conquista e coroado de glórias, sendo aclamado por todos como o maior dos heróis. Nesse momento, ele se lembrou de seu velho e querido pai. Tirou o anel e novamente leu: "Isto também passará."Como é importante administrar com sabedoria os momentos de dor e os momentos de glória. No furor dos embates da vida é primordial ter a certeza que a nossa tribulação é leve e momentânea, isto é, não dura para sempre.

Elgton Luciano Sanches

domingo, 26 de dezembro de 2010

NATAL, TEMPO DE AÇÃO, PROCLAMAÇÃO

_ "Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino” (Lc 2:16-17).

Vamos até Belém! Vamos já! Foram, "e vendo-O, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita" (Lc 2.17). E os que ouviram se admiraram, se emocionaram, se convenceram, se converteram a Cristo como Senhor e Salvador! Assim também hoje, ninguém pode ficar indiferente quando tem um encontro real com Jesus Cristo, o Senhor da Glória! Não se pode deixar de falar dessa maravilhosa dádiva do céu, quando se tem o inaudito privilégio de conhecer pessoalmente a Jesus, a plenitude da glória celestial.

Os pastores do campo foram inflamados, impactados poderosamente com aquele memorável encontro. Inesquecível encontro, sublime encontro! "E vendo-o divulgaram!" Divulgaram a gloriosa mensagem da presença viva de Jesus entre os homens. Não podemos esconder a felicidade e o prazer de conhecer a Jesus por experiência pessoal. Não se admite um cristão omisso, covarde, camuflado. Quem esteve com Jesus pessoalmente jamais será o mesmo. As provisões divinas, então, nos são asseguradas em quaisquer circunstâncias. Temos a garantia das riquezas da bondade: "Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?" (Rm 2.4). Temos a garantia de riqueza da sabedoria: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus" (Rm 11.33). E todas as bênçãos espirituais: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo" (Ef 1.3).

Quando proclamamos o evangelho de Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo, irrompe de nossos lábios hinos de louvor e adoração, como cheiro suave e agradável ao Senhor da glória. Seguir a Jesus é viver com Ele. Não significa apenas uma declaração verbal; é aceitar Sua proposta de compromisso, amizade, companheirismo e intimidade com Deus: "Se alguém quer vir a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também a própria vida, não pode ser meu discípulo... Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo. Bom é o sal; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Não presta nem para a terra, nem para o adubo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Lc 14.26, 33-35).

Eu aprendi, e experimentei, que Jesus Cristo nasceu para mudar as circunstâncias. Não importam mais as condições externas, Jesus está entronizado em meu coração. Assim como os pastores do campo que voltaram às suas lides, para as lutas diárias, transformados, divulgando, "glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido como lhes fora dito"... FELIZ NATAL, COM O SENHOR DO NATAL!


Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

VAI EM PAZ

Lucas 8.41-48
1. Quantas coisas acontecem, amados, que roubam-nos, ou pelo menos tentam roubar-nos a paz?!
2. A história inteira da humanidade está repleta de exemplos. Não seria difícil citar vários sem precisar pensar muito. Vamos tentar alguns?
a. 1ª. Guerra
b. 2ª. Guerra
c. Hiroshima e Nagasaki
d. Ameaças de guerra nuclear
e. Terrorismo
f. World Trade Center
g. Crise mundial
3. A nível pessoal também muitas são as coisas que ameaçam-nos a paz e a segurança interior.
4. Uma dessas coisas é a enfermidade. É difícil manter a paz e segurança interior quando estamos sendo, ou alguém de nossa família está sendo assolado por alguma enfermidade grave. A tendência é a nossa mente se encher com incerteza e, às vezes, até desespero.
5. Nesse texto temos a história de uma pessoa, uma mulher, que viveu exatamente estas condições. Ela visitou muitos médicos, mas nenhum deles foi capaz de ajudá-la. Sua situação ficou ainda pior, porque, além de doente, ficou sem os bens.
6. Aí então, num glorioso dia, ela se encontrou com ninguém menos que Jesus Cristo... Foi instantaneamente curada de sua enfermidade. .. foi abençoada com um profundo sentimento de paz interior.
7. Este mesmo Jesus pode abençoar a sua vida hoje! Quem sabe, enquanto examinamos essa história, você não descubra como?
8. Analisemos a história:

I. Em primeiro lugar, encontramos na história uma mulher que não tinha paz

1. Constantemente doente durante 12 longos anos
2. Gastou tudo o que tinha
3. Decepcionada e frustrada
4. Tentada a ir ao desespero. Afinal, ninguém pôde ajudá-la até então

II. Em segundo lugar, encontramos na história uma mulher que foi ao encontro de Cristo, a mesma mulher que não tinha paz.

1. Ouviu o que ele havia feito por uma outra pessoa???
2. Determinou-se a buscar a ajuda de Jesus
3. Depositou sua fé em Jesus: “se eu ao menos tocá-lo...”
4. Venceu obstáculos
5. Tocou em Jesus
6. Foi abençoada

III. Em terceiro lugar, encontramos na história uma mulher, a mesma que não tinha paz e que foi ao encontro de Jesus, que voltou para casa plena de paz

1. “Vai em paz” – disse-lhe Jesus. E a conclusão óbvia é que ela foi em paz.
2. Duas razões para essa conclusão:
a. A secundária: foi curada totalmente de sua enfermidade
b. A principal: foi salva por Jesus
3. A conversão, o ir a Jesus, é o acontecimento mais importante das nossas vidas. Jesus, em Lucas 10.20, disse aos seus discípulos: “Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus.”
4. Converter-se, ir a Jesus, é mais importante que casar, estudar, receber grande fortuna, ser curado de ou mesmo descobrir a cura para enfermidades graves... a conversão é o resgate da alma do inferno...

Conclusão

1. Se ir a Jesus é algo tão importante assim, e o é, você não gostaria de ir a ele hoje? ...
Pr. Walmir Vigo Gonçalves

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NASCEU JESUS!

Há mais de dois mil anos nasceu Jesus, na cidade de Belém da Judéia. Em cumprimento das profecias do Antigo Testamento, houve um período de silêncio. Quatrocentos anos sem qualquer revelação especial de Deus. Tempo suficiente para os incrédulos imaginarem que, realmente, Deus era um Ser distante, transcendente apenas. Por certo, muitos morreram dizendo que a Bíblia não era verdadeira, ou que as profecias caducaram. Como muitos posteriormente, nos tempos do apóstolo Pedro, iriam duvidar e fazer chacota com a segunda vinda de Cristo (2 Pe 3.1-12).

Para o ímpio, sempre houve, e sempre haverá motivos suficientes para continuar-se no pecado. "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça" (2 Pe 3.13).

Na plenitude dos tempos, ou seja, quando o mundo estava devidamente preparado, conforme a vontade soberana de Deus; no tempo determinado, ou predestinado por Deus, nasceu Jesus. Findou-se o grande silêncio, a longa espera, nasceu o Salvador, o nosso Redentor! Hoje comemoramos este grande e sublime acontecimento. Mas isso é apenas importante; o essencial mesmo é que Jesus Cristo nasça e habite em cada coração hoje. Deixemos os cuidados temporais, festejos, presentes, comidas e bebidas em segundo plano.

Busquemos a Jesus, com humildade e singeleza de coração. Há um silêncio profundo, uma ausência sentida, um tremendo vazio de Deus na alma humana... Uma longa espera. Talvez desejada inconscientemente. Talvez esteja acontecendo algo semelhante em sua vida, amigo leitor. Hoje, porém, pode ser a plenitude do tempo para você. Deus está comunicando-lhe a Sua Palavra, de maneira audível.

Quando o Senhor Jesus se dirigia para o Calvário, onde seria consumada a obra redentora do Seu amor por nós, e onde os nossos pecados seriam cancelados para sempre, através do Seu sangue precioso, em meio ao sofrimento físico, mental, moral e espiritual, Jesus cantou com Seus discípulos: "E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras" (Mt 26.30).

Quando, mais tarde, os Seus discípulos saíram a pregar, procuraram seguir esse costume de Jesus de cantar louvores a Deus, mesmo em circunstâncias tristes, desconfortáveis e humilhantes. Depois de serem presos injustamente, espancados e jogados no cárcere frio e asqueroso, "Pela meia noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os outros presos os escutavam..." (At 16.25).


Talvez haja tristeza em seu coração. Você está triste devido às circunstâncias desalentadoras... Mas, principalmente, você está triste pela longa ausência do Consolador em seu coração. Triste por verificar que o Natal dos festejos e guloseimas não o satisfaz completamente. Natal que torna mais pobre o menino pobre. Quando o humilde é ainda mais humilhado. O menino descalço, sem teto, sem agasalho, é a mais ridícula e pejorativa paródia do Natal. Natal de glutonarias, bebedices, fantoches... Natal sem Jesus, sem paz, sem gratidão, amor... Não, este não é o Natal de Jesus. E por isso você chora, esperando a consolação do Senhor.

Deixe agora as preocupações com as coisas temporais, acidentais. Pense nas coisas celestiais. Nasceu Jesus! Este é o momento para rendermos-Lhe graças e louvor. Podemos cantar com os anjos: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade... Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra; servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cânticos... Um cântico haverá entre vós... e alegria de coração..." (Lc 2.14; Sl 100.1; Is 30.29). Portanto, há razão para se viver, cantar, sorrir e bendizer ao Salvador. Uma emoção maior, razão para romper-se com as lamúrias e lágrimas. Esta razão é a presença viva de Jesus Cristo conosco.

_ “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém” (Jd 24, 25). FELIZ NATAL COM JESUS, O SENHOR DO NATAL!


Vanderlei Fariapastorvanderleifaria@yahoo.com.br

O NASCIMENTO DE UM BEBÊ

"Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lucas 2:11).

Você já teve dificuldades em responder ao questionamento de uma criança? Tente somente responder algumas de suas perguntas: "De que o céu é feito? Por que Vovó teve que morrer? De onde Deus veio?" Pode ser realmente um problema.A diferença entre sua habilidade mental e a da criança não é tão grande quanto a habilidade mental entre Deus, o Criador,e você, Sua criatura. Que método Ele usou para comunicar como homem? Enviou um grande cataclismo da natureza para que obedecêssemos atemorizados? Não, Ele enviou um bebê que nasceu em Belém.

Claro, bebês nascem todos os dias, mas este era um Bebê muito especial. Ele era Deus feito carne.Alguns crêem que o Natal é apenas uma oportunidade comercial para lojistas do mundo inteiro. Alguns nem crêem que Jesus nasceu. Alguns preferem crer em outros senhores e seguem, desta forma, os seus caminhos. Eu não sei em que dia Jesus nasceu, mas eu creio perfeitamente que "Ele nasceu!"

Ele nasceu e me deu nova vida. Ele nasceu e tirou de meu coração toda a tristeza de minha juventude. Ele nasceu e me fez deixar os caminhos incertos por onde eu andava. Ele nasceu para ser o meu Deus, o meu Senhor, a minha maior alegria.Eu estou plenamente convencido de que aquele bebê especial,nascido em uma humilde manjedoura em Belém, foi enviado porDeus para ser o meu Salvador. Eu não podia recebê-lo em minha casa -- eu nem sonhava em nascer naquela época. Mas eu pude, dois mil anos depois, convidá-lo a morar em meu coração.

Eu não mereço nada, não sou digno de Sua presença em mim, mas sei que Ele me ama, cuida de mim, supre minhas necessidades, orienta-me em cada decisão, consola-me quando enfrento problemas, ajuda-me a ultrapassar os obstáculos,conduz-me, a todo momento, a grandes e maravilhosas vitórias. Sou, tenho plena consciência disso, um grande conquistador.Ele me fez assim, e assim eu vivo. Um pequeno bebê... muito especial... único no mundo...

Obrigado, querido Jesus, porter nascido para me fazer feliz!

Feliz Natal para todos!
Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O NATAL DA OSTRA FERIDA

“Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos – seriam presas fáceis dos predadores. Para que isso não acontecesse a sua[1] sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão...”

Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava.

Um dia passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para a sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras de repente seus dentes bateram numa objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-o em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz... Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras e vale para nós, seres humanos. As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores na alma”
.[2]

Ao longo de minha vida, venho tentando produzir pérolas, enquanto experimentos os sofrimentos da vida. Mas o difícil é admitir que para se produzir uma pérola precisamos, quase sempre, experimentar o processo vivido por uma ostra. Mas como é doloroso esse processo! Será que podemos imaginar o sofrimento da ostra? Entretanto, ao contrário do que escreveu o poeta, Deus faz com que ostras feridas, se transformem em ostras feridas felizes. E mais que isto, Ele faz com que as ostras feridas felizes, produzam pérolas de grande valor. Pérolas de qualidade acima do normal.

Deus me falou profundamente através dos louvores, durante os dias (20/11/06 – 09/01/07) em que estive com o povo de Deus da cidade de Camaquã – RS. Falou-me através do coral infantil, através dos adolescentes, jovens e adultos. Porém, aprouve ao Senhor falar-me de uma forma especial, no dia de Natal, através de um menino especial, Gustavo. Ele tinha, na época, cerca de quatro para cinco anos; cego e com sérios problemas neurológicos. Mas gostava de participar dos louvores da igreja, especialmente quando minha filha, Vanice, dirige o coral infantil. Na programação de Natal apresentada pelas crianças, Gustavo emocionou a todos os presentes naquele culto. Como não consegue falar, ele se expressa pulando e vibrando enquanto os demais cantam. Um perfeito louvor ao Senhor! Quando tive oportunidade de pregar no culto seguinte, tentei dizer o seguinte:

“Louvo a Deus pela vida do Gustavo. Louvo a Deus pelo que Ele, o Senhor, tem falado ao meu coração através deste menino, este guri, como vocês falam. Espero, sinceramente, que cada membro desta igreja, e de tantos outros onde o testemunho da vida de Gustavo chegar, absorva a mensagem do evangelho de Cristo Jesus pregada através da vida do Gugu. Deus me falou através deste menino que, ainda quando possa parecer que somos os mais infelizes e desfavorecidos pela sorte, por causa das nossas deficiências ou carências, Ele, o Senhor, está construindo uma grande pérola em nós, ou através de nós.

Certamente Deus está fazendo algo extraordinário desta ostra ferida em que nos tornamos, transformando-nos em ostras feridas felizes, produzindo pérolas de grande valor. Assim, o Senhor Deus é digno de ser louvado, honrado e glorificado, apesar das dores causadas em razão da pérola que Ele está construindo em nós, apesar de nós... Se cada um de nós retiver a mensagem, a voz de Deus pregada pelo Gustavo, jamais ousaríamos reclamar, resmungar e nos rebelar contra a soberania de Deus em nossas vidas; pelo que Ele, o Senhor, determina para cada um de nós. Cada vez que me lembro do Gustavo saltitante, feliz, expressando seu louvor a Deus com todo o seu ser, sou forçado a pedir perdão a Deus por minhas tolas reclamações. Quão ingrato e indigno que sou! Perdoa-me, Senhor!

Louvo a Deus por essa mãe, irmã Nira, porque ela compartilha da alegria e do louvor de seu filho. Não perdendo tempo com lamentações, se questionando e questionando as razões e os motivos pelos quais Deus permitiu que Gustavo experimentasse tudo isso. Ao contrário, ela está atenta ao que Deus está fazendo em sua vida, tendo Gustavo como instrumento vivo da comunicação divina.

Gustavo, você ensinou-me muito a respeito do verdadeiro louvor e adoração a Deus! Tenho absoluta certeza de que muitos ainda serão desafiados e encorajados a louvar a Deus em quaisquer circunstâncias, tendo Gustavo como exemplo e referência. Certo dia, antes do culto, quando fui cumprimentá-lo, fiquei profundamente emocionado pela maneira como ele demonstrou sua amizade e carinho para comigo. Ele segurou-me pela mão e puxou-me para caminhar ao seu lado. Senti como se ele estivesse dizendo que aceitava minha amizade e companheirismo. Era como se ele estivesse selando a nossa amizade com aquele gesto. Aprendi com ele que amizade se faz com afeto e não apenas com palavras. Mas, principalmente, aprendi a glorificar a Deus “com todo o ser”, como cantamos. Ele se alegra no Senhor quando tantos estão vivendo a reclamar e resmungar pela sua “triste sorte”; quando na maioria das vezes estamos “chorando de barriga cheia”. Temos todas as condições para render graças ao Senhor e ficamos reclamando por causa dos detalhes de percurso. Agimos como o estudante que, ao invés de se alegrar com um 9,5, fica se lamentando pelos pontinhos não conquistados. Não se alegra pelo que conquistou, não agradece a Deus pela capacidade que lhe deu, pela conquista alcançada. Assim, perde o tempo do regozijo da alegria em lamentações e reclamações pelo que não conseguiu.

Os pastores do campo nos dias do nascimento de Jesus também eram ostras feridas, no meio do nada. Mas Deus se agradou em revelar-Se primeiramente a eles, ostras feridas. Deus se agradou em falar-lhes ao coração de forma majestosa e sublime, revelando a Sua glória celestial. Mas eles não se contiveram em sua alegria, não ficaram parados com suas próprias emoções e alegria. Saíram apressadamente para adorarem a Jesus. E depois de tê-Lo visto e adorado, saíram saltitantes, exultantes, louvando a Deus e compartilhando com amigos, vizinhos e parentes tudo quanto Deus lhes tinham revelado. Irmão, não fale para seus filhos que eles serão felizes quando conseguirem alguma coisa material, ou que são felizes porque têm. Mas que são felizes, bem-aventurados, porque choram, porque são humildes de coração, porque são pobres de espírito, porque têm fome e sede de Justiça, porque são mansos, porque são pacificadores, porque são misericordiosos, e, principalmente, quando sofrem e são perseguidos por causa da justiça! Digam para seus filhos que ostras feridas que sofrem, choram e têm problemas, também podem ser ostras felizes. E que ostras felizes também produzem pérolas de grande valor! Cantem e contem que Deus ainda fala hoje através de ostras feridas felizes, como eu e você!

Contem e cantem pra eles a história desta ostra ferida feliz, chamada GUSTAVO! Mas, acima de tudo, cantem e contem pra eles a linda história daquele que foi a nossa ostra ferida feliz Suprema, chamado JESUS CRISTO, o Filho do Deus vivo! Contem pra eles que a nossa ostra maior, foi ferida e moída na cruz por causa dos nossos pecados! Contem que a nossa ostra ferida ressuscitou, assim como nós, os que cremos nEle, também haveremos de ressuscitar. Assim, Ele tornou-se a nossa ostra ferida feliz, reproduzindo pérolas de grande valor: os salvos pelo Seu precioso sangue! Aleluia.


Pr. Vanderlei Faria - pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
www.mananciaisdevida.blogspot.com

[1] Na verdade, não existe sabedoria nas coisas, na natureza. Toda sabedoria vem de Deus.
[2]
Rubem Alves

JESUS É A LUZ

“... em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.” (Salmos 36:9 RC)

“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” (2 Coríntios 4:6 RC)

“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz.” (Gênesis 1:2-3 RC)

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12 RC)

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” (João 3:16-19 RC)

Estes trechos das Escritura têm algumas coisas em comum, dentre elas o fato de que todos falam de luz.
Que importância tem a luz para você?
Eu não sei quanto a você, mas para mim ela é muito importante. Eu gosto da luz do dia, e à noite só suporto escuridão completa se estou dormindo. De alguma maneira tem que haver claridade, e para haver claridade é preciso que haja luz vinda de alguma fonte qualquer.
Se pensarmos bem, não é nem uma questão de gostar, é uma questão de necessidade. Até as pessoas que não enxergam precisam da luz, pelo menos para que nós não tropecemos nelas.
Conta-se a história de um velho cego que sempre levava consigo uma lanterna acesa, quando saia à noite.
– O senhor não sabe quando é dia ou noite – disse-lhe alguém certa vez – por que leva sempre consigo essa lanterna?
– Oh! – respondeu o velho – trago comigo a luz para que os outros não tropecem em mim!
Essa história se presta a ilustrar o fato de que o crente, como luz do mundo, deve sempre estar “aceso”, a fim de não ser causa de tropeço para ninguém, mas também podemos usá-la aqui, a fim de mostrar, de uma maneira descontraída, que até mesmo aqueles que não podem ver a luz, dela necessitam, ainda que talvez não diretamente.
A luz é importante não só agora, no tempo presente. Desde os primórdios da humanidade a luz tem tido um lugar de proeminência na vida da humanidade. É só dar uma olhadinha na Bíblia, por exemplo, para percebermos isso.
Poderíamos facilmente, aqui, se nos déssemos a esse trabalho, apontar milhares de exemplos sobre a importância da luz, desde exemplos simples até exemplos grandiosos.
A luz é tão importante que ela se tornou símbolo de uma série de coisas, e nos textos acima se vê que até Deus usa a luz como símbolo. O Salvador é visto como luz, bem como a salvação que ele oferece. E assim é que Deus nos revela em Sua Palavra que só podemos ver a luz (salvação) iluminados pela luz que é o Seu Filho. E para sermos iluminados pela luz que é o Seu Filho, precisamos recebê-lo em nossas vidas como Salvador e Senhor, pela fé.

Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. ... Deus enviou o seu Filho ao mundo... para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está em estado de condenação, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E condenação consiste do fato de que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, preferiram as trevas porque amam as obras das trevas.

O Deus que disse que das trevas resplandecesse a luz, o Deus Criador, que, dentre outras coisas, criou a tão importante luz, quer fazer resplandecer também em nossos corações a luz, uma luz diferente, a luz do conhecimento de Sua glória, e essa luz é Seu Filho. E o Filho mesmo disse que quem não quiser andar nas trevas espirituais que o levará às trevas eternas, precisa seguir a ele, a luz da vida.
Conta-se (C. Paraskvopoulou - Grécia) que um homem caminhava ao lado de um cemitério numa noite escura. O céu estava carregado, e não se via uma estrela. Uma garotinha que caminhava no mesmo sentido passou pelo homem, e este lhe perguntou:
– Menina, você não tem medo de passar pelo cemitério a esta hora da noite?
Ao que a criança respondeu:
– Não, senhor. Pode ver aquela luz brilhando pouco além do cemitério?
– Sim, posso - replicou o homem.
– É ali a minha casa. Para lá é que estou indo.
Que verdade preciosa! Além do cemitério, há um lar reluzente do nosso Pai celestial. Mas, para irmos pra lá, só seguindo aquele que é a Luz da vida.
H. Cecil Pavson (Inglaterra) conta que na Capela Keble do Colégio de Oxford, acha-se o original da pintura de Holman Hunt, intitulada "A Luz do Mundo". A que se encontra na Catedral de São Paulo, em Londres, ainda que lindíssima, é uma réplica daquela. Como é sabido, a pintura apresenta Cristo segurando uma lanterna e batendo numa porta fechada.
Quando fui a Oxford, diz Cecil, visitei a Capela. Não havia ali ninguém, senão o zelador. Bondosamente, ele me conduziu ao local, onde a pintura se achava guardada num estojo de madeira. Colocou-a na posição em que eu poderia contemplá-la em plena luz e, depois, abriu o estojo. Fiquei tão absorvido na contemplação da pintura, que esqueci que não estava só. Comecei a pensar e expressar, em voz alta, o que me ia no pensamento! "Então o trinco da porta está pelo lado de dentro!" E o zelador, que estava atrás de mim, acrescentou, incontinenti: "Sim, o senhor terá de permitir que Ele entre!"
Que grande verdade! Para Cristo habitar em mim, Ele terá de entrar primeiro no meu coração. E eu preciso convidá-lo a entrar. Haverá alguma parte da minha vida, na qual Ele não foi admitido?

Pr. Walmir Vigo Gonçalves
Porto Meira –

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NATAL, TEMPO DE ADORAÇÃO

Natal de gratidão, louvor, adoração e exaltação à majestade celestial... O Natal de Jesus nos faz pensar e dizer como os salmistas (Sl 9.1-2; Sl 100.1-5). E o apóstolo Paulo nos conclama a viver com este profundo sentimento de gratidão e adoração ao Senhor, alegrando-nos nEle por tudo, e em tudo: "Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim, não me desgosta e é segurança para vós outros que eu escreva as mesmas coisas... Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos" (Fl 3.1; 4.4).

Ao longo dos séculos, em circunstâncias as mais diversas, o povo de Deus tem expressado sua fé e esperança através dos cânticos de louvor e adoração. Os exemplos bíblicos são tantos que não podemos sequer mencionar a todos. Porém, voltemos ao texto em apreço: As circunstâncias religiosas, espirituais, também eram desfavoráveis para cultuar, adorar, conforme a compreensão vigente. Os judeus só admitiam haver um lugar de culto, de adoração: no templo em Jerusalém. Os pastores estavam no campo, distantes, portanto, do local consagrado para a adoração ao Deus vivo, verdadeiro. Não podiam dizer: "Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor!"

No campo, longe dos escribas, dos sacerdotes divinos, dos mensageiros do Deus Altíssimo, sem o texto sagrado. Não, não havia motivações estimulantes, favoráveis, para se cultuar, adorar, vibrar: "Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade" (Lc 2.13-14).

Quais seriam nossas reações em tais circunstâncias? Em meio às crises e decepções, os filhos de Deus cantavam e proclamavam sua fé. E o Senhor Jesus era adorado com profunda reverência e sinceridade. Deus era exaltado, e a fé divulgada de maneira bonita, atraente e convincente. É preciso que se diga o que se crê quando se canta, e que cantemos de maneira tal que o nosso canto evidencie, com clareza absoluta, a nossa fé. Não podemos jamais nos esquecer que o povo de Deus sempre cantou aquilo que sentia, ou melhor, aquilo que representava o sentimento vivido na época aos pés de Cristo, aliado às suas convicções doutrinárias.

Jesus Cristo nasceu, glória a Deus nas maiores alturas, porque nós também podemos dizer: Não importam as circunstâncias, louvaremos ao Senhor!

As circunstâncias sentimentais também eram desfavoráveis e desalentadoras. Os pastores de Belém de Judá eram homens solitários, sofridos. Viviam distantes dos amigos mais achegados, mais íntimos. Longe da família, do aconchego do lar. Não tinham com quem compartilhar suas emoções, sentimentos, frustrações, esperanças, temores e rancores. Era noite.

Que noite aquela! Não havia companheirismo, festa, comida nem bebidas. Apenas o vento gélido e o balido das ovelhas do campo. Desconforto físico e emocional. Não havia razão para sorrir, cantar e regozijar-se. Lágrimas e nada mais. Eles estavam longe do convívio social e cultural, longe do calor humano. Mas eis que "a glória do Senhor os cercou de resplendor". Então ouviram as "novas de grande alegria": Nasceu o Redentor! Jesus chegou! O céu se abriu. É Natal! A tristeza e o abandono dá lugar ao louvor e adoração: Nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor!!

Natal de pés descalços, rostos macilentos, tristes, cansados e sobrecarregados, transformou-se em momento de grande júbilo, porque Jesus nasceu. Grande alegria inundou os corações! Aleluia!

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

ELEIÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO

“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade” (2 Tm 2.24-26).

Uma das principais objeções – senão a principal objeção – feita à doutrina da eleição fica por conta do ensino do livre-arbítrio. Muitos indagam se é possível falar de eleição sem que o ensino do livre-arbítrio sofra algum prejuízo. Semelhante às indagações já levantadas e abordadas anteriormente, esta também é legítima e merece nossa atenção, pois a indevida compreensão pode levar-nos a pensar – como muitos já pensaram – que o homem é reduzido a uma marionete nas mãos de Deus ou a algo programado, como um robô.

O livre-arbítrio é o termo usado para descrever “a crença de que a vontade humana tem um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas” (WRIGHT, R. K. Mc Gregor. A Soberania Banida: Redenção para a Cultura Pós-moderna. São Paulo: Cultura Cristã, 1998. p. 47). Aplicando ao nosso contexto, significa dizer “que a vontade do homem é ‘livre’ para escolher, ou a palavra de Deus, ou a palavra de Satanás” (SPENCER, D. E. TULIP: Os Cinco Pontos do Calvinismo à Luz das Escrituras. São Paulo: Parakletos, 2000. p. 15).

O quadro é semelhante ao que, recentemente, assisti com meus filhos no desenho animado “Tom & Jerry”. Tom é um gato que deseja capturar Jerry para almoçá-lo. Jerry é um rato implicante que faz todo tipo de coisas para aborrecer Tom. Num determinado momento, Jerry sofre um acidente, então, ele passa a ser uma presa fácil para Tom. Mas, incrivelmente, Tom não quer capturá-lo naquela condição; ele não quer nada fácil. Surge-lhe, então, a dúvida: almoçá-lo ou não? Imediatamente, surgem dois outros personagens na estória: um anjo, que procura aliviar a barra do pobre ratinho indefeso, e um demônio, que incita-lhe a aproveitar aquela chance e fazer o que ele sempre quis. E assim, um interpela o outro para convencer Tom a fazer aquilo para o qual foram enviados.

Acredito que essa estória descreve bem o pensamento que algumas pessoas têm sobre a condição do homem enquanto ouve o evangelho: de um lado está o Espírito Santo – tentando convencê-lo a crer em Jesus – e do outro o Diabo – tentando convencê-lo a rejeitar Jesus –, ambos, de igual para igual.

O que está implícito em tais palavras? Será este o ensino da palavra de Deus? Há algum texto que nos possibilite pensar nessas coisas como sendo a verdade, e que, portanto, deve ser crida?
Neste pensamento está implícito a idéia de que o homem está ladeado por Deus e o Diabo, e que ele deve escolher entre um e outro – “com a mesma facilidade entre alternativas” –, como se sua vontade não estivesse subjugada a nada – como no desenho animado que assisti recentemente com meus filhos; está implícita a idéia de um Deus que está em pé de igualdade com o Diabo, esperando que o homem – o dono da situação – lhe dê uma chance de mostrar-lhe o que ele pode fazer. Mas o que diz a Bíblia? Qual a condição real do homem? Ele é livre? Deus está em pé de igualdade com o Diabo? Deus precisa de uma chance?

Em nosso texto, tomamos conhecimento de que Timóteo estava sofrendo muitas aflições em seu ministério. Por isso, Paulo lhe escreveu para encorajá-lo no exercício do ministério; para que a palavra pregada causasse toda sorte de mudanças na vida dos seus ouvintes. Como sabemos, ela nunca volta vazia.

Paulo afirma que não adiantaria contendas ou qualquer coisa parecida. Timóteo deveria “ser brando para com todos, apto para instruir, paciente”, sem que isso significasse frouxidão ministerial de sua parte, pois ele deveria, também, disciplinar “com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez”. Em outras palavras, a razão para tal oposição era resultado de uma mente cativa ao Diabo (“livrando-se eles dos laços do Diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem sua vontade”), ou seja, o homem fazendo a vontade do Diabo; o homem rendendo-se, naturalmente, à vontade do Diabo; o homem cativo ao Diabo. Não era uma questão a ser resolvida no “mundo das idéias”, uma questão filosófica, ou de semântica, antes, era uma questão espiritual. Por estar preso ao Diabo, o homem é insensato e precisa retornar à sensatez.

O que acabo de lhes afirmar pode ser provado por outros textos da Escritura. Lemos:
“a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19), e “todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34).

Em outro lugar lemos:
“porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.4,5). E ainda, “vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).

Qual é, então, a condição do homem? Está ele, realmente, livre para fazer suas escolhas? A Bíblia diz que os homens amam mais as trevas do que a luz e praticam toda espécie de mal contra Deus; a Bíblia diz que o homem, por seu pecado, está escravizado; a Bíblia diz que quando o Espírito Santo opera no coração de um pecador ele o livra do cativeiro do Diabo e o leva a ser cativo a Cristo; ele nos tira das trevas e nos transporta para a luz. O viver do homem sem Cristo é um viver “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.2,3).

Mas o redimido, aquele que arrependeu-se de seus pecados e creu na suficiência da cruz de Cristo, foi resgatado do seu “fútil procedimento” (1 Pe 1.18); foi resgatado do cativeiro do pecado e passou a estar cativo a Cristo. Ou seja, nem mesmo depois de sermos salvos por Jesus, estamos livres naquela mesma condição de Tom, no desenho animado. Pois, se antes fazíamos o que agradava o príncipe das trevas, agora fazemos o que agrada a Jesus Cristo, nosso Senhor. Não nos foi dado carta de alforria. Somos servos de Jesus. Isto é o que a Bíblia chama de viver na luz. Nossa vontade deve ser submissa à vontade do Senhor.
Acredito que algumas coisas precisam ficar claras, pois é um assunto muito sério, e é meu dever esclarecê-las.

1. A eleição não anula a responsabilidade humana, como pensam alguns
Não há como negar que o homem tenha vontade. Ele foi criado um ser que pensa, que pondera, que raciocina. Isto está muito claro. A Bíblia diz que o homem tem escolhas a fazer e Deus requer que suas escolhas sejam corretas. O fato é que ele não pode realizá-las corretamente, pois até seus pensamentos – incluindo a vontade – foram atingidos do pelo pecado. Portanto, o homem possui arbítrio – ou vontade, como queiram –, mas ele não é livre. Suas escolhas serão sempre condicionadas por Deus ou pelo Diabo. Ele é cativo do Diabo ou de Cristo. Sua posição não é cômoda para escolher entre alternativas, como ensina o princípio do livre-arbítrio.
Alguém pode indagar: Deus, então, não tem o direito de obrigar o homem crer, nem de condená-lo se ele não crer, se sua vontade não é livre para agir como bem lhe parecer. Se tudo depende de Deus, poderá ele cobrar dos homens no juízo final?

Isto é como dizer que o cleptomaníaco não deve ser responsável pelo roubo, nem deve ser punido quando apanhado, porque ele não pode ajudar-se a si mesmo. É como afirmar que o maníaco sexual não deve ser responsabilizado por estuprar sua esposa ou molestar sexualmente sua filha, nem pode ser punido por isso, porque não pode controlar-se! Esta pode até ser a opinião de alguns “tipos bonzinhos de pessoas”, mas não é a posição de Deus!
O homem age conforme as suas inclinações. Quais são suas inclinações? Ele faz o bem naturalmente? Ele honra a Deus naturalmente? Ele é aceitável a Deus naturalmente? Não! A Bíblia diz:

“não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer ... não há temor de Deus diante dos seus olhos” (Rm 3.10-12, 18).

Alguém pode sugerir: o senhor está dizendo que Deus é o responsável pelas vidas estarem no inferno? Não! Não estou sugerindo. Deus a ninguém manda para o inferno. Na verdade, os homens vão para o inferno porque querem, porque usaram seu arbítrio para pecar contra Deus. O que Deus faz é salvar alguns para a glória do seu nome – não me perguntem seu critério ou o por quê disso. O fato é que ele agiu assim, e o fez sem ferir sua santidade e justiça.
O homem é responsável diante de Deus e é impossível salvar-se a si mesmo. A Deus, entretanto, tudo é possível. A verdade é que, se Deus não intervisse, quem se salvaria? O homem tem vontade. Esta é uma verdade inegável. Mas daí a dizer que ela é livre, compromete não apenas a Deus, colocando-o em pé de igualdade com o Diabo – o que seria humilhante para o Deus que não dá sua glória a outro –, mas nega textos claros que mostram que o homem é escravo do pecado e sua mente está cativa de Satanás, buscando sempre fazer o que suas inclinações carnais pedem: pecar, pecar e pecar.

2. O livre-arbítrio anula o valor da oração pelos pecadores não-regenerados
Um aspecto muito importante, e que tem implicações na vida prática, é que se o livre-arbítrio é uma verdade incontestável, para que orar? Se a estória de Tom & Jerry é a descrição da realidade, ou seja, se o homem está na cômoda posição para escolher entre Deus e o Diabo, sem qualquer influência, então para que orar, já que em última instância depende unicamente do homem?

Como lhes disse certa vez, de vez em quando deparo-me com pessoas que afirmam não mais ter ânimo para orar em favor de uma pessoa, pois, como dizem, “ela tem um coração muito duro”. Bem, que o coração do homem sem Cristo é muito duro é uma verdade incontestável, pois a Bíblia diz que chegaria o tempo quando Deus trocaria corações de pedra por corações de carne. A pedra, realmente, é dura. Mas quando uma pessoa não mais se dispõe a orar por uma pessoa que possui “um coração muito duro”, não será porque ela pense que a condição de escolha do homem é semelhante a de Tom? Será que não está implícito que bastaria ele querer e as coisas se resolveriam? Será que por detrás disso não está a falsa idéia de que o homem é livre, portanto não subjugado a nada? Que ele “tem um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas”? Mas, o que diz a Bíblia? Será que existe, verdadeiramente, alternativas?
A Bíblia diz que a condição do homem não é nada cômoda. Ele é escravo do pecado; está cativo no reino das trevas. Portanto, não é livre. Quando compreendemos o real estado do homem, podemos aplicar o remédio certo para sua situação. Ao invés de deixarmos o homem por sua própria conta, achando que sua condição é bastante cômoda, tomamos a medida de orar por ele, pois sabemos que se o Santo Espírito não operar em seu coração, quem poderá atender o chamado do evangelho? Por que oramos pelos pecadores? Porque sabemos que somente Deus pode arrancá-lo do cativeiro de Satanás e devolvê-lo à sensatez. Se ao homem for deixado escolher, sem a operação do Espírito, ele nunca atenderá o chamado do evangelho. Se ele é livre, abandonemos o caminho da oração, pois não vale a pena orar.

3. Apenas mediante a operação do Espírito Santo pode um homem ir a Cristo
Este aspecto, por si só, já é suficiente para afirmar que o livre-arbítrio é uma falácia, a não ser que creiamos que o homem pode ir a Cristo sem a obra do Espírito Santo. Entretanto, me recuso a acreditar que haja alguém em nosso meio que creia que o homem pode ir a Cristo sem a operação do Espírito Santo.
Se oramos para que o Espírito opere no coração do homem é porque, sem a obra ele jamais crerá. Se ele depende do Espírito Santo, ele depende, e se depende já não é livre, pois alguém que depende não é livre.

Este aspecto acaba respondendo uma outra dúvida que muitos têm. Alguns dizem que, ainda que uma pessoa creia, não será salva se não tiver sido eleita. Mas devo dizer que aqui encontra-se mais um dos muitos absurdos quando o assunto é eleição. Digo ser um absurdo porque a “fé é um dom de Deus” (Ef 2.8,9), não está nos domínios do homem; não se trata de algo adormecido que deve ser acordado, como muitos pensam, “porque a fé não é de todos”“... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (v. 48). Creio que o texto é suficientemente claro. (2 Ts 3.2), mas algo dado por Deus. Para ser claro, a fé é um fruto da eleição. Deixe-me tentar provar isso. Escrevendo o livro de Atos, Lucas descreveu o episódio ocorrido em Antioquia da Pisídia, quando Paulo lhes pregou o evangelho na sinagoga (13.44-52). Havia muitos invejosos, blasfemadores e contradizentes no meio da multidão, mas, apesar disso, alguns creram. Lucas escreveu:

Não há o que o homem possa fazer para se tornar aceitável a Deus. Realmente, somos impotentes. Certamente, estas minhas palavras estão tirando o assoalho de debaixo de nossos pés. Mas é necessário colocarmos o verdadeiro fundamento de todas as coisas as coisas: Jesus Cristo. Através dele é que precisamos andar. Somente assim seremos aceitáveis a Deus. A devida compreensão dessas coisas excluirá de nossos corações toda sorte de orgulho e promoverá “humildade, amor, oração, louvor, confiança em Deus, e ativa imitação de sua livre misericórdia” (CBNH, Capítulo IX).

Irmãos, aqui cabe bem as palavras de João, o batista, em relação a Jesus: “convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Este tipo de pregação tem como objetivo esclarecer que nada somos e que precisamos de Deus. Sem sua obra em nossos corações, quantos de nós teríamos crido? Você teria crido? Eu não teria, certamente.

O homem não é livre como se propaga. Não se duvida que ele faz escolhas, mas sempre são condicionadas. Sem Cristo, o homem busca fazer o que lhe agrada e afronta a Deus. Com Cristo, o homem busca fazer o que honra a Deus, pois teve seu coração mudado e, voluntariamente, buscou a Cristo, assim como sem a mudança do coração, voluntariamente, ele obedecia o seu senhor, o pecado. Lembrem de suas vidas antes e depois de Cristo!

Irmãos, pensem em uma gata. Que limpa criatura é! É interessante vê-la lavar o próprio corpo com a língua e as patas. Você, porventura, já viu uma porca fazer o mesmo? Nunca viu nem verá, pois isso é contrário à sua natureza. Ela prefere focinhar na lama. Ensine uma porca a lavar-se e a limpar-se como a gata - tarefa inútil. Você poderá lavar à força aquela porca; ela porém, voltará para a lama e sairá dali tão imunda como antes. O único modo pelo qual você poderá conseguir fazer com que uma porca se lave voluntariamente seria transformá-la numa gata. Suponha que tal transformação se realize; então, aquilo que parecia difícil ou impossível tornar-se-á fácil e espontâneo.

Assim é com o ímpio. Você não poderá forçá-lo a ser santo, pois não tem como sê-lo; sua natureza o conduz para outro caminho. Todavia, quando o Senhor fizer dele um novo homem, então tudo será espontaneamente diferente. A nova natureza busca a santidade tão espontaneamente como a velha corre atrás da iniqüidade. É uma questão de natureza.
O que diz a Bíblia sobre a natureza humana? Ela é boa? Não! Ele faz, voluntariamente, o que agrada a Deus? Não! Ela se inclina para as coisas que Deus exige? Não! A natureza humana, quando não-regenerada, comete toda sorte de insultos contra Deus porque foram feitos cativos para cumprirem a vontade de Satanás. Isto é ser livre? Não!

Irmãos, não estou negando que temos vontade. Seria loucura de minha parte fazer tal afirmação diante de tantos ensinamentos claros da Bíblia. Mas onde podemos encontrar qualquer sugestão de que somos livres? Que temos “um poder inerente de escolha com a mesma facilidade entre alternativas”?

Desejo encerrar. Mas, permitam-me contar uma última história que li recentemente.
“Todas as noites, quando o guru se sentava para o culto ao seu deus, o gato de Ashram (comunidade onde o guru vivia com os seus discípulos) costumava caminhar pelo salão e assim distraía os adoradores. Por isto, o guru pediu que durante o culto da noite o gato fosse amarrado do lado de fora, em frente à porta.

Após a morte do guru, o gato continuou a ser amarrado em frente à porta durante o culto da noite. E, quando o gato finalmente morreu, outro gato foi levado ao Ashram para que fosse amarrado, de acordo com as regras apropriadas, durante o culto da noite. Séculos mais tarde, os seguidores do guru escreveram longas e detalhadas teses sobre o papel importante de um gato naquele culto.
Todo aquele que não se curvava diante do gato na entrada já era considerado pecador. E se alguém ousasse questionar a importância do gato para a correta adoração era queimado como herege” (DOUGLASS, K. Celebrando o Amor de Deus. Curitiba: Esperança, 2000. p. 8).
Irmãos, o que primeiro foi uma medida de cautela para favorecer o ambiente daquele culto pagão, tornou-se uma tradição crida e defendida.

Talvez eu me enquadre perfeitamente na lista dos que ousam “questionar a importância do gato para a correta adoração”; alguns podem até me taxar de herege que deve ser apedrejado ou queimado em praça pública. Nada me importa, se ao menos Deus lhes abrir os olhos para verem o que a Bíblia ensina-nos, ainda que se oponha frontalmente à nossa tradição, ao que sempre cremos e defendemos, e à filosofia do mundo.

Postado por Paulo César Valle às 08:37 0 comentários
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domingo, 19 de dezembro de 2010

MEU NATAL INESQUECÍVEL

O texto de Lucas 2:8-21 faz-me lembrar de um Natal de minha infância; o que poderia chamar de Meu Natal Inesquecível. Eu tinha cerca de nove anos apenas. Nossa família, apesar de pobre, era unida, alegre e bem equilibrada de um modo geral. Meu pai era agricultor; um pequeno sitiante que saíra da cidade grande (Volta Redonda, RJ), fugindo da poluição e da agitação comercial. Meus irmãos e eu (cinco até então) pouco fazíamos para ajudar na manutenção da casa.

Minha mãe, ao contrário, trabalhava duro lavando roupas para ajudar no suprimento do orçamento doméstico. Mas vivíamos tranquilos, sem grandes preocupações, pelo menos nós, os menores. Naturalmente que os “velhos” tinham lá as suas preocupações e ansiedades, como todos os pais responsáveis, pela alimentação e educação daquelas vidas preciosas, como são todos os filhos. Mas creio que não eram tantas as preocupações da família, considerando-se as condições em que vivíamos.

Naquele fim de semana, porém, as circunstâncias eram por demais desalentadoras, sombrias. A lavoura de meu pai fora totalmente dizimada por uma forte geada. O pequeno cafezal era a esperança de fartura e novos investimentos. A colheita era esperada com profunda expectativa, ansiedade e muito entusiasmo. De repente, drasticamente, em apenas uma noite de geada toda a economia e esforços de anos de trabalho duro e honesto se desfizera. Na noite de Natal haveria, como de costume, a programação festiva em nossa casa, onde se reunia a congregação da Igreja.

Meu pai era o exemplo de resignação e fé. Minha mãe redobrava seus esforços para minimizar as dificuldades, lavando roupas aos montões. Eu, que não entendia praticamente nada quanto à gravidade da situação, brincava tranquilamente com os demais meninos de minha idade. Enquanto aguardávamos o início do culto especial de Natal, um coleguinha pôs-se a choramingar e resmungar ao meu lado.

Procurei saber o motivo do seu descontentamento. E ele então começou a maldizer suas botas novas, por estarem apertando seus pés. Com toda humildade própria de uma criança, perguntei-lhe: "Quer trocar com os meus sapatos? Eles não machucam!" Imediatamente ele parou de chorar. Enxugou as lágrimas, e, verificando as péssimas condições das minhas sandálias (Alpargatas Rodas), velhas, rasgadas, furadas e desfiguradas, disse-me sem pestanejar: "Não precisa, já parou de doer!"

Desde então, muitos natais já se passaram, porém, não posso esquecer daquele Natal de minha infância. Sempre que sou tentado a lamentar e angustiar-me, devido aos "sapatos velhos" que a vida me proporciona, lembro-me daquele inesquecível Natal.

Na vida sempre somos tentados a viver lamentando a nossa "triste sorte" dos "sapatos velhos"; ou lamentando profundamente pelo desconforto e apertos que nos causam as novidades que ostentamos. Quando reconhecemos o quanto somos ingratos e mesquinhos, então percebemos que ainda estamos em vantagem. Nossa dor e sofrimento são amenizados e suportados com mais entendimento, resignação e coragem, quando percebemos que há sempre alguém em pior situação que a nossa. E nem por isso estão a lamentar e a maldizer-se.

Naquele Natal de minha infância, apesar dos meus sapatos velhos, rotos, eu era feliz. Sentia-me feliz. Estava envolvido, impregnado do verdadeiro sentimento natalino: paz no coração e alegria na alma! Havia entre nós uma preocupação maior e mais vibrante do que comer, beber e vestir roupas novas: Jesus Cristo, Paz na Terra entre os homens que de boa vontade O recebem em seus corações. Eu queria saber, conhecer melhor a fascinante história do Menino pobre que se tornara Rei dos reis. Queria saber o significado mais profundo de toda aquela linda história. E, mais ainda, o que isso tudo tinha a ver com todos os meninos pobres e rejeitados de minha terra.
Inesquecível Natal! Faz-me pensar e considerar que preciso continuar lutando, e crendo sempre. Preciso enfrentar a vida. Lutar muito, continuar a caminhada, sabendo que não estou sozinho. Jamais estarei só. Porque Jesus, o Rei dos reis, o Filho do Deus Altíssimo está comigo, sempre e eternamente. Ainda que venham as tempestades e calamidades, Ele comigo estará, sempre. Posso confiar em Suas palavras: "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós" (Jo 14.18).

Caminhando com sapatos novos que dilaceram os pés, ou com chinelos velhos que entristecem a alma, causando vergonha, humilhação e tristeza; Natal sempre há de proporcionar-me a certeza de que o Menino pobre da manjedoura de Belém tornou-se o meu Senhor e Salvador amado. Eu sei que o meu Redentor vive! Sei que Ele tem cuidado de nós, porque "Ele sabe o que é padecer". Foi o Senhor Jesus que assumiu na cruz do Calvário as nossas dores, culpas, enfermidades e pecados. Ele é real. NEle eu posso confiar. NEle você também pode confiar, ainda que seja de pés descalços, cansados da longa e estafante caminhada. Ele está conosco, enxugando nossas lágrimas e estimulando-nos a prosseguir.

Hoje, aquela cena inesquecível de minha infância faz-me compreender melhor a grande e preciosa experiência dos pastores de Belém. Homens simples do campo que foram agraciados com a extraordinária notícia do primeiro Natal. Mais que isso, eles fizeram parte ativa, experimental, vibrante, da própria história natalina. Sem dúvida alguma, a mensagem do nascimento do Filho de Deus na Terra, estaria para sempre impregnada indelevelmente naqueles corações humildes e cansados: Jesus nascera em Belém, e eles haveriam de ser as primeiras testemunhas oculares do maior milagre ocorrido no mundo: Deus na Terra, paz conosco! Natal seria, desde então, e para todo o sempre, a maior e mais vibrante notícia a ser proclamada. Um grito altissonante de Missões Mundiais: Jesus está vivo, Jesus nasceu, chegou ao mundo, "porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21).

Agora posso entender o verdadeiro sentido do Natal de Jesus: É a verdadeira vida abundante, para todos quantos nEle crêem. Aprendi, então, que Natal é Paz real. É sentir paz mesmo! E que isso não quer dizer apenas ausência dos problemas externos. É não temer o presente de secas e enchentes, geadas, furacões ou vendavais. Não temer o futuro certo ou incerto. Não temer a morte e a eternidade. E isso sim é que significa VIDA MAGISTRAL! É viver em paz aqui na Terra e continuar em paz para a eternidade. Amém.

Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

COMO SEREI LEMBRADO?

"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus..." (Mateus 6:9).

"Por profissão eu sou um soldado e tenho orgulho disso, mas tenho muito mais orgulho de ser um pai. Um soldado destrói a fim de construir; o pai nunca destrói. Um tem o poder da morte; o outro personifica a criação e a vida. E, enquanto as hordas da morte são poderosas, os batalhões da vida são ainda mais poderosos. Tenho a esperança de que meu filho,quando eu partir, lembrará de mim, não da batalha, mas, em casa, fazendo com ele nossa simples oração diária: "Pai nosso Que estás nos Céus...." (General Douglas MacArthur).

"Eu tenho muito orgulho do que conquistei..." costumamos dizer ao alcançar sucesso em nossa vida profissional.Gostamos de ser festejados, mencionados, reconhecidos,aplaudidos. E depois? De que servirá a nossa vitória? Quevalor terá ao deixarmos este mundo se a vitória beneficiou apenas a nós mesmos?

Quando as nossas atitudes têm o objetivo de espalhar bênçãos ao nosso redor, não apenas seremos reconhecidos por tudo o que alcançamos como também semearemos alegria e conquistas que produzirão frutos de vitória em muitos corações.

Um momento de oração com a família, um gesto de amor para com os colegas de trabalho, um abraço de consolo naqueles que estão abatidos, um sorriso e uma palavra de estímulo a um irmão que esfriou na fé, um testemunho de fortalecimento espiritual a alguém que se desviou dos caminhos do Senhor... produzirão muito mais reconhecimento do que todas asvitórias obtidas na estrada profissional de nosso êxito.

Eu desejo, é claro, ser um vencedor em minha vida pessoal;mas, desejo com muito mais ardor, ouvir de meus filhos: "Meu pai é uma grande bênção para nós". Ficarei muito feliz ao ser promovido, no emprego, como prêmio pela minha dedicação e bom trabalho; mas, muito mais feliz serei se, junto com a minha promoção, vierem os abraços dos amigos dizendo: " Você tem sido um exemplo para todos nós e muito nos alegramos com a sua vitória".

A bênção que você receber, com minha ajuda, será a maior de minhas conquistas.

Paulo Roberto Barbosa. Um cego na Internet!
Visite minha homepage:Escuro Iluminado

sábado, 18 de dezembro de 2010

O NATAL SEGUNDO O APOCALIPSE

O NATAL SEGUNDO O APOCALIPSE - UM CONVITE À TRANSCENDÊNCIA




Rev. Augustus Nicodemus e à Igreja escondida por Deus no deserto.

Em palavras bem simples, transcender é subir um degrau e ver além do que a maioria tem visto ou, ainda, "ver com os olhos de Deus". É extenso o testemunho da intervenção divina que insiste em nos fazer ver o que Ele vê, ver com os olhos de Deus o mundo a nossa volta. A mensagem é de Natal, assim, gostaria de convidar você à transcender, ver o Natal com os olhos de Deus.

A proposta do mundo é transformar a data do Natal em mais uma possibilidade de ganhos fartos para o comércio. Assim, para abarcar o maior número de consumidores possíveis, até os cartões de fim de ano estão vindo com a politicamente correta frase de “boas festas”. Tudo bem genérico, insípido, para agradar calorosamente tanto a gregos como a troianos.

A comemoração do natal no dia 25 de dezembro aconteceu para reverenciar a pessoa de Jesus no dia mais importante para os pagãos romanos. Era o dia do deus sol, o Sol Invictus. Então, como “pública profissão de fé” por parte do Império, que se dobrava diante do cristianismo, aprouve tirarem do pedestal sagrado da idolatria esse fajuto deus sol e colocar o Sol da justiça, Jesus. Esclarecida uma das razões de origem da data, pois, de fato não podemos precisar com certeza o dia do nascimento de Jesus, cabe dizer que tanto o Natal como a Páscoa – festa muito mais fundamental para a Cristandade – são vítimas hoje dessa descaracterização comercial. Embora tenha muita gente enchendo as burras de dinheiro com o Cristianismo e suas versões lights, a verdade é que tudo faz parte de um plano engendrado para a mudança, substituição (ou retorno) do paradigma pagão.

O Natal – a força de seu verdadeiro simbolismo – transcende as normas baixas do paganismo e desse comércio interessado no "lucro santo". Em Apocalipse, capítulo 12, João nos convida a transcender o Natal e vê-lo como Deus o vê. Preste atenção.

"E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz".

Transcender - a grande batalha espiritual. Aquele momento, há mais de dois mil anos atrás, aquela criança nascida, quem imaginaria as forças rebeldes que estavam se colocando contra aquele menino? O espetáculo, o drama, a batalha fora sinalizada no céu. Ao olharmos a manjedoura, é preciso transcender e postarmos os olhos no céu. Aquela mulher apocalíptica não é Maria apenas, mas abarca essa jovem também: a mulher é Israel (Antiga Aliança), mas é a Igreja (Nova Aliança) no simbolismo de João. E é esse povo espiritual que atravessa alianças e eras e grita as dores de parto: Israel de Deus que irá parir aquela criança israelita!

"E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas. E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho".

Transcenda - aquela manjedoura abala as regiões celestiais. É naquela manjedoura, não mais a manjedoura histórica de dois mil anos atrás, mas a outra - a eterna - por causa dessa é que há revolta de Satanás. A manjedoura que pesava sobre a cabeça de Lúcifer era a promessa incômoda da encarnação. O poder, a majestade devida àquela criança, gera no ser angelical sua própria derrocada espiritual. Ele aguardou em fúria, diante do Israel histórico, o momento em que nasceria aquele menino. O menino que declararia vãs as pretensões de glória desse dragão. O dragão permaneceu por todo o Antigo Testamento com sua boca aberta contra a mulher, sem saber o momento exato do nascimento da criança, mas ciente da promessa feita aos homens em Gn 3: 15.

"E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono".

Os cristãos perseguidos do tempo de João precisavam transcender! Não era Roma, não era o sangue ou a carne, mas eram os dominadores deste mundo tenebroso seus verdadeiros inimigos. Então, era preciso perseverar contra as hostes malignas, sabendo que o Natal é uma mensagem já de vitória. É preciso saber que o Natal é um grande sinal no céu e que, na eternidade, esse menino nascido já fora crucificado e já nos salvara desde a fundação do mundo (Ap 13:8 e 17:8)!

Nós, cristãos, precisamos saber que o grande dragão vermelho agora avança contra a Igreja,

"E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo".

Mas...

"...ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte".

Eis o verdadeiro sentido do Natal! O dragão, o grande dragão vermelho, não conseguiu impedir o nascimento do homem que há de reger todas as nações. Mas o capítulo não se encerra. João segue descortinando aos cristãos do seu tempo a História. Eles são mártires, perseguidos, açoitados, humilhados e mortos por Roma porque o dragão, agora, derramava sua Ira sobre a mulher, a Igreja. Mas, ela - nós! - está guardada no deserto: o deserto preparado por Deus para nossa proteção.

Deus deu-nos asas para transcendermos e vermos de cima, com os olhos de Deus, o que Ele vê!
Post dedicado ao Julio Severo,

Rev. Augustus Nicodemus e à Igreja escondida por Deus no deserto.

N A T A L

O nascimento do Salvador da humanidade apresenta um belo quadro poético e, por vezes, contraditório: a simplicidade dos pastores; a ciência dos magos; a sanha dos poderosos.

Ele sendo procurado para ser adorado, presenteado e, também, assassinado.

Ele sendo motivo de alegria, esperança e, também, de ódio e inveja.

Cumprimento de profecias.

Marco na história da humanidade.

A luz nascendo em meio às trevas.

O Criador se fazendo criatura.

Tendo dificuldade para encontrar um lugar onde nascer – nas estalagens e nos corações.

O extraordinário “Deus abalando o mundo com um bebê, e não com uma bomba.

“O Filho de Deus tornando-se Filho do homem, para que os filhos dos homens se tornassem filhos de Deus”

Eis “Deus em Cristo participando da nossa humanidade, a fim de que nós possamos também participar da dividindade”.

Então , aproveite a data especial, junte a sua família, os seus amigos e comemorem !

Ah! E não se esqueça do ANIVERSARIANTE.

Não se esqueça de que Ele como você gosta de ganhar presentes.

Que tal dar a Ele a sua vida e o seu coração?

Esta é a melhor opção.

Afinal, “ver a sua estrela é muito bonito, mas ver a sua face é muito melhor.”

Lembremos que a vinda de Cristo ao mundo cumpre um propósito eterno no qual eu e você estamos inseridos.

Receber a soberania de Cristo faz com que valha a pena a árdua tarefa que o Filho iniciou ao nascer como homem e chegou ao ponto crucial no seu sacrifício no Calvário.

Jesus nasceu numa estrebaria para que você pudesse nascer de novo como Filho de Deus, salvo, perdoado, e santo.

DEUS ABENÇÕE SUA FAMÍLIA.
Jsl.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

E AÍ, QUAL SERÁ O PRESENTE?

"Pai, me dá isso? Pai, me dá aquilo"... Todo ano é a mesma rotina: consumismo, o "bom velhinho", a ceia de Natal, presentes... A pressão é enorme. Somos assolados por pedidos chorosos de barbies, patins, roupas, acessórios de beleza infantil e demais brinquedos. A tv hipnotiza as crianças com a insistência demente de que se tem que ganhar aquilo ou isso. Bons pais, famílias felizes, crianças satisfeitas - já conhecemos bem a estratégia de manipulação que, anualmente, tenta trazer para dentro das nossas casas as regras de felicidade do mercado.

"Pai, me dá isso? Pai, me dá aquilo?"... Sou pai de meninas, então, nada de bola de futebol, meião, camisa do time, video game. Elas querem maquiagem, bonecas, saias, brincos, etc. A verdade é clara desde que elas entenderam as primeiras palavrinhas da língua portuguesa: Papai Noel NÃO existe! Resolvida logo essa questão, que as livrou de ansiedades, mentiras, expectativas e frustrações futuras, sobraram apenas dois papais dentro de casa: o papai aqui e o Papai do céu. Acabei logo com a festa desse "bom velhinho", uma vez que fantasia é uma coisa e mentira é outra bem diferente! E Papai Noel, da maneira que a sociedade o apresenta às nossas crianças, definitivamente, não se encaixa na 1ª categoria.

Outra verdade clara: "quer coma, quer beba, faça tudo para a glória de Deus". "Pai, pode?", elas perguntam. "Precisa mesmo?", respondo. Há coisas que são só futilidades para a vida delas, então, pergunto se glorifica a Deus, se é válido, se edifica mesmo, e, assim, eu e minha esposa vamos ensinando critérios: "Será que já não têm boneca demais? Será que não têm sapatinho demais? Etc". Ensinando que, pelo valor moral e pelo valor econômico, há limites sim. A graça de Deus diz: "Tudo posso, mas nem tudo é lícito"! Portanto, negocia daqui, negocia dali e, enfim, entram também os avós, tios, amigos para ajudar no quadro da felicidade geral.Uma regra pessoalíssima e que ensinamos para nossas filhas desde cedo: os pais não dão presentes no Natal. Quer que eu explique? Os avós, titios, amigos vão dar, certo? Então, damos os nossos fora da data natalína (alguns dias antes), para que possamos nos dedicar com exclusividade ao papel de contra-peso durante as festas. Cabe a nós, papai e mamãe, a responsabilidade de ensinarmos o verdadeiro sentido do Natal.

Aguardando os presentes de Natal (claro, são crianças!), minhas meninas revelam seus temperamentos completamente diferentes: a mais nova quer ganhar isso, aquilo e aquilo outro, enquanto a mais velha, já mais acostumada às regras de todos os anos, solicita um "presente mais santo": "Pai, me dá uma Bíblia rosa no Natal? Aquela rosinha com pelo..." e ela sai descrevendo os detalhes dessa mais nova edição de consumo gospel. Verdade, até Bíblia vira alvo do consumismo desenfreado.
- Gi, mas... E você? O que você vai dar de presente? Ela para de falar, surpreendida pela inusitada pergunta.
- Que?!
- Olha, imagina que é o dia do seu aniversário. Tem bolo, pula-pula e algodão doce, a casa enfeitada de balões, pirulitos e balinhas; muitos presentes embrulhados, mas, na hora do "parabéns", todo mundo bate palma, canta e entrega todos os presentes para sua irmã. Você acharia isso certo?
- Não! O aniversário é meu!
- Então, Gi, o que você vai dar de presente para Jesus? O aniversário é dele!
- ...
- Gi, qual o presente que você pode dar para Jesus? Ela aquieta e fica pensando, parada ali na minha frente. A irmã mais velha, Aninha, olha para mim e sorri. Aninha já sabe a resposta, afinal tem mais natais nas costas do que sua irmãzinha de 5 anos.
- Meu coração! Gi responde com um sorriso. Ela ainda não tinha olhado para o Natal como uma data para oferecer, para dar presentes ao aniversariante da festa, uma vez que seus coleguinhas, a escola, a rua e a tv só falam em ganhar.

Assim, em meio a tantos presentes que certamente queremos dar e receber, gostaríamos de convidar você para reservar um tempo e se deixar ficar aí parado, igual ficou nossa Gisele, e refletir no presente que você e sua família darão ao Dono da festa.E aí, qual será o presente que você dará para Ele neste Natal?

Feliz Natal da Família Ribas!

UMA SOCIEDADE ESCOLHIDA

A igreja é a nova sociedade de Deus. Esta sociedade é uma sociedade escolhida. Ela é constituída do povo de Deus.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça ...” (Efésios 1.3-6).

A doutrina da eleição tem tido seu brilho diminuído com o passar dos séculos na igreja. A filosofia de cada época tem dado sua parcela de contribuição para ofuscá-la. A lógica humanista tem sido a metodologia dominante do pensamento humano – ainda que a lógica de Deus não seja a lógica humana, e nem pode ser, porque a Escritura diz:

“... os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.8,9).

Alguém pode alegar: até que ponto vale a pena tratar de um assunto tão controvertido e debatido durante séculos, e onde, aparentemente, não se chegou à conclusão alguma? Não seria melhor deixar este assunto para os pastores e os teólogos decidirem?

Antes de tudo, devo afirmar que tais indagações são legítimas. Em muitos círculos – e o nosso não é muito diferente –, devido à maneira como tem sido tratado o tema, muitos têm se sentido como se estivessem em um aberto campo de batalha, montados em seus cavalos, com todas as parafernálias de guerra, lutando contra seus inimigos – aqueles que pensam diferente –, muito visto nas cruzadas da Idade Média. Devemos, realmente, evitar todo tipo de disputa, e não é com este espírito de disputa que me proponho tratar sobre o tema. Acredito que quando Deus revelou este texto ao seu servo Paulo, ele não o fez para que apenas pastores e/ou teólogos discutissem. Ele não escreveu a um conselho de pastores para que fosse tema de debate às terças-feiras pela manhã, enquanto tomassem um cafezinho. Mas escreveu para uma igreja local – ou igrejas locais – formadas de pessoas comuns, muitas das quais não tiveram acesso ao conhecimento fornecido pelos grandes mestres da época, mas que, nem por isso, estavam em desvantagem, pois possuíam o Espírito de Deus que a tudo elucida. Aquele que nos guia à verdade.

Deve-se dizer, também, que quando Deus enviou sua palavra ele o fez não para que alguns temas fossem tratados em um fórum especial de debate e nem mesmo para que fosse debatida entre os cristãos, mas para que fosse crida como palavra do Senhor a nós, fonte de toda a consolação, e pregada na igreja.
Na grande maioria das ocorrências no Novo Testamento, ela foi ensinada para encorajar os cristãos em lutas constantes por causa da fé. Creio que este motivo é suficiente para entendermos o quão relevante é para nós entendermos esta doutrina, e que, como alguém vocacionado por Deus para a obra do ministério – um arauto –, não devo selecionar o que falar daquilo que Deus, por sua infinita sabedoria, revelou em sua palavra. Eu não sou mais sábio nem mais esperto do que Deus. Se ele nos revelou, é importante.

1. O autor da nossa eleição: Deus Pai
O apóstolo Paulo afirmou que foi Deus Pai quem nos escolheu em Cristo. Ele é o autor da eleição. Entretanto, não tem sido com tanta simplicidade que este assunto tem sido abordado e entendido ao longo dos séculos – isto quando é abordado!
Creio que grande parte do debate na história deve-se à compreensão equivocada do Deus que se revelou em Cristo. De alguma forma, ela tem a ver com a compreensão da vontade de Deus. Sabemos que ele é um ser dotado de vontade, e ela sempre é santa, justa e perfeita. Falamos sempre nela e a desejamos, sinceramente. Mas a questão é se essa vontade de Deus é livre. Ele pode ou não fazer tudo o que lhe apraz?
Alguns acreditam que ele pode e faz o que lhe apraz, jamais comprometendo sua santidade, justiça e perfeição. Outros acreditam que ela está condicionada aos limites que ele mesmo estabelecera para si – uma idéia um tanto estranha, para não dizer sem base bíblica e com um “Q” de filosófica.

O que diz a Bíblia? Paulo diz que o que Deus fez foi “segundo o beneplácito de sua vontade ... desvendando-nos o mistério de sua vontade” (1.5,9). O texto ensina que Deus tinha uma vontade boa (“beneplácito”) e a cumpriu “na dispensação da plenitude dos tempos” (1.10). Não se tratou de arbitrariedade da parte de Deus – como muitos pensam –, mas de uma obra perfeita que não somos capazes de alcançar suas devidas dimensões. Contudo, não podemos nos esquecer que jamais compreenderemos a mente do Senhor e que jamais seremos seus conselheiros (Rm 11.34). Nossas mentes são muito rasas para a compreensão da mente do Senhor, que é profunda e revelada em sua palavra de maneira suficiente para sermos aceitáveis a ele.
“Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para a glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? (Rm 9.22-24).

Há como explicar isso? Certamente que na sua totalidade não! Mas o fato de não obtermos todas as explicações não nos dá o direito de marginalizá-la. Para os homens, uma arbitrariedade, mas não para Deus, pois Deus não é arbitrário. Nós somos arbitrários, Deus jamais. O fato é que Deus tem um propósito, e ele sempre irá prevalecer.

Tudo começou com Deus. O que ele fez foi uma obra maravilhosíssima, movido por um grande amor desinteressado – pois ele nos amou primeiro. Ainda que tenha sido insultado pelas suas criaturas, ele proveu um cordeiro e nos salvou com uma tão grande salvação. Ele é a origem de toda a obra da criação e de toda a sua recriação – a salvação em Jesus Cristo.
2. O tempo da nossa eleição: a eternidade
“Antes da fundação do mundo” é a frase que Paulo usou para descrever o tempo da obra do Pai, a eleição. Quando nada existia, Deus já havia estabelecido a sua obra redentora. Mesmo quando homem algum existia ou tinha cometido pecado, Deus nos amou e providenciou-nos seu Filho, o mesmo que foi morto antes da fundação do mundo (Ap 13.8). Foi na eternidade que Deus estabeleceu toda a obra redentora que se consumou na vida e ministério do Senhor Jesus Cristo. Ele estabeleceu um plano perfeito e o cumpriu.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos, ilustrou esta verdade:
“E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: ‘O mais velho será servo do mais moço’. Como está escrito: ‘Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú’” (9.11-13).
Como entender isso? Que posso dizer
acerca da atitude de Deus em relação aos gêmeos? Não tenho como explicar filosoficamente. Mas uma coisa sei, em nada Deus feriu sua santidade, justiça e verdade. Ele planejou desde a eternidade que as coisas fossem assim, e foram.
Alguém disse certa vez: “se eu não posso entender com a minha razão, não devo crer”. Alguém retrucou: “Pois eu creio, ainda que eu não possa entender, pois está na Bíblia, e ela é a santa revelação de Deus a nós”.

3. O propósito da nossa eleição
Como já ressaltei, Deus é um Deus que possui um propósito definido. Tudo o que Deus faz tem um propósito. Não é diferente na obra da salvação. Ele não salva como resultado de uma resolução repentina. Deus não trabalha com medidas provisórias. O teólogo batista, Walter T. Conner, em seu livro “O Evangelho da Redenção”, publicado em 1981, pela JUERP, afirmou: “Negar a doutrina da eleição seria o mesmo que dizer que Deus salva o homem sem que antes tivesse planejado fazer isto ... Se de outro lado, Deus salva uma pessoa sem que haja antes planejado salvá-la, segue-se que ele age por impulsos ... Considerar-se eleição um ato arbitrário é o mesmo que se considerar como arbitrárias as atividades planejadas” (p.65).
Temos, então, a pergunta: qual o propósito da eleição? Paulo diz: “... nos escolheu ... para sermos santos e irrepreensíveis ... para a adoção de filhos ... para louvor da glória de sua graça”.
Santidade, irrepreensibilidade, adoção e louvor a Deus Pai são os propósitos de Deus na eleição.

3.1. Santidade
Algumas pessoas que não se entregam ao devido estudo que a Palavra de Deus merece receber alegam que se os salvos são escolhidos por Deus podem viver da maneira que quiserem, pois no final ainda serão salvos. Isto demonstra não apenas a fraqueza de suas convicções quanto à salvação, mas, também acabam desgraçando suas vidas e as dos outros que recebem suas influência.

O apóstolo Paulo é claro ao afirmar que Deus nos escolheu para sermos santos. Isto significa que possamos fazer “o que nos dá na telha”. Se alguém diz: “eu sou um eleito” – coisa que o salvo jamais ousa afirmar –, e vive de qualquer maneira, é um mentiroso e a verdade não está nele. O viver santo é fruto encontrado em quem foi salvo pela graça de Deus. O homem que trilha a vereda do pecado, que busca satisfazer os desejos da sua carne, terá como retribuição o lago de fogo e enxofre – caso não receba o perdão mediante o arrependimento e a fé em Cristo – ainda que tenha muitos anos como membro de igreja, ainda que exerça uma função proeminente de liderança – mesmo pastor.

3.2. Irrepreensibilidade
O segundo aspecto é a irrepreensibilidade do salvo. Por acreditar que não temos o devido conhecimento do conceito que Paulo expõe, acho que devo explicá-lo. Alguns pensam que se trata de alguém que jamais “pisa na bola”, “deixa na reta” ou “escorrega na maionese”. Mas o conceito bíblico é de alguém cuja justiça de Cristo lhe foi imputada de maneira que não pode ser reprovado. Isto está de acordo com o que Paulo escreveu aos romanos: “quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará?” (8.33,34). O salvo está livre da condenação, pois Cristo imputou-lhe sua justiça e nada poderá separá-lo do amor de Deus que está em Cristo.
3.3. Adoção
O terceiro aspecto é a adoção. Como sabemos, o salvo é filho de Deus por adoção, enquanto Cristo é o unigênito de Deus. O que Paulo diz é que a adoção tem como fundamento a eleição. Em outro lugar lemos que “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue – não é uma questão de vínculos genealógicos –, nem da vontade da carne – não é uma questão natural, como o nascimento de um bebê –, nem da vontade do homem – não é uma questão de desejo ou vontade humanos –, mas de Deus – é sobrenatural, divino” (Jo 1.12,13).

3.4. Louvor da glória de Deus
O quarto propósito de Deus é a sua própria glória. Deus é o começo e o fim de todas as coisas. Ele é o alfa e o omega, autor e consumador da nossa fé. Paulo escreveu: “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36).
Como cantamos de quando em vez, Deus “nos criou para o louvor da sua glória”. A nossa vida e a da igreja deve ser para o louvor da sua glória. Não devemos buscar nossos próprios interesses. Devemos buscar o que exalta a Deus. Não temos uniformidade. Temos diferenças em muitos pontos. Cada um de nós estamos em um mirante onde podemos ver as mesmas coisas ou não. Alguém disse, com muita propriedade, que todo ponto-de-vista é a vista de um ponto. Apesar disso, devemos ter unidade, pois temos muito mais coisas que nos unem do que nos separam. Mas tudo seja para a glória de Deus. Se eu precisar fazer uma escolha entre Deus e os homens eu preciso ficar com Deus, pois não devo temer aqueles que podem matar o corpo, mas aquele que, além de tirar a vida, pode lançar a alma no inferno, o Deus todo-poderoso (Lc 12.4,5). A ordem bíblica é “fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).
4. O mediador da nossa eleição: Deus Filho

“Nele”, “perante ele”, “para ele” e “por meio dele” são termos que saltam aos nossos olhos e referem-se a Jesus no nosso texto. O que Paulo nos ensina é que Jesus é o centro de todas as coisas. O propósito redentor de Deus Pai tem o Filho como mediador. Isto está de acordo com o que Paulo escreveu a Timóteo: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5). Ele é o que dá vida. Para sermos agradáveis a Deus precisamos estar nele. Estar nele significa estar crucificado com ele e ele viver em nós (Gl 2.20). A cruz é o triunfo de um Deus que planejou todas as coisas e, através do Filho, consumou todas as coisas. Ele é aquele que reconciliou consigo mesmo todas as coisas. Ele é o perfeito mediador.
O Novo Testamento ensina que fora de Jesus não há salvação. A eleição não é um fim em si mesma, mas Jesus é. Ele é o único que livra do pecado e mais nada ou ninguém.

Paulo César Valle