sábado, 18 de setembro de 2010

NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS

_ “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros” (Jo 14.18).

Você já experimentou o sentimento de orfandade? Não me refiro apenas aos órfãos de pais e/ou mães; ou aos órfãos de pais vivos, distantes, irresponsáveis; mas, sim, ao sentimento de não ter com quem dividir, compartilhar as nossas emoções, dúvidas, tristezas, frustrações, expectativas e mágoas. Quando nos sentimos solitários e abandonados, ainda que cercados por muitos. Muitos que estão mais preocupados com suas próprias necessidades; ou em ostentar vitórias, bênçãos espirituais e materiais, suas realizações e conquistas...

Dorothy Sayers disse: “Seja qual for o motivo pelo qual Deus resolveu fazer o homem como ele é, limitado, sofredor e sujeito a tristezas e morte, ele teve a honestidade e a coragem de tornar-se também homem. Seja qual for o seu plano para com a sua criação, ele cumpriu as suas próprias regras e foi justo. Nada exigirá do homem, que não tenha exigido de si mesmo. Ele próprio sofreu toda a gama da experiência humana, desde as irritações triviais da vida em família, desde as restrições constrangedoras do trabalho pesado, desde a falta de dinheiro até os piores horrores da dor e da humilhação, derrota, desespero e morte. Quando ele foi homem, agiu como homem. Ele nasceu na pobreza e morreu na desgraça, e achou que valeu a pena”.

Sentimo-nos órfãos quando nos achamos cercados de pessoas (mesmo entre familiares ou amigos mais chegados) que apenas conseguem entender e dialogar sobre trivialidades, futilidades do dia a dia. Coisas formais, fatos corriqueiros, bisbilhotices da vida alheia, amenidades que não requerem reflexão. Sentimo-nos órfãos quando nos tornamos dependentes daqueles que nos cercam, e, de repente, eles nos faltam, nos abandonam, se vão inexoravelmente. Quando não sabemos o que fazer, o que pensar, quando ficamos a sós.

Enfim, sentimo-nos órfãos quando nos tornamos descartáveis, inúteis, sem serventia, como um produto de validade vencida. Principalmente quando reconhecemos nosso valor e potencial e percebemos que ninguém ao nosso redor consegue ver em nós qualquer importância ou valor. Sentimo-nos nulos, insignificantes e indesejáveis; como um cão morto em porta de restaurante. Mas, para os que confiam no Senhor Jesus, e em Sua Palavra santa, há, sim, uma boa notícia, uma nova esperança: “voltarei para vós outros”! Amém.

Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br

Nenhum comentário: