sexta-feira, 23 de outubro de 2009

TEM COMPAIXÃO DE TI...

Em Mt 16.21-28, nos apresenta uma situação em que o Senhor Jesus expulsa o espírito da Teologia da Prosperidade, ou Hedonismo Cristão.

O Senhor acabara de compartilhar com Seus discípulos o que o Pai havia determinado para se cumprir em Sua vida. Tudo estava predestinado de acordo com a soberana vontade de Deus. E ninguém poderia alterar os fatos previamente conhecidos do Pai. Diante do Filho de Deus restava apenas a condição de obedecer e confiar na provisão do Pai ou rebelar-Se egoisticamente. Ele entregou-Se à morte de cruz, submetendo-Se à condição de condenado e transgressor, para nos resgatar da escravidão do pecado e para a glória do Pai.

Para o mundo, para a filosofia hedonista materialista (que busca acima do tudo o prazer), e para todos os adeptos da teologia da prosperidade, era uma atitude completamente absurda e fora de propósito.

Pedro, inspirado por Satanás, como o próprio Senhor deixou claro, apelou para pó sentimentalismo, autoestima, orgulho humano e autocomiseração: “Tem compaixão de ti, Senhor!”

Se o Senhor Se compadecesse de Si mesmo a ponto de negar-se a cumprir a vontade do Pai, estaria deixando de compadecer-Se de toda a humanidade caída no pecado para livrar a Sua própria pele. Seria a vitória da prosperidade pessoal em detrimento da misericórdia e do amor para com a raça humana perdida e condenada eternamente. E todos nós estaríamos definitivamente condenados à morte eterna no inferno. E a nossa derrota eterna seria consumada na vida de Jesus. Mas, “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.57). “...o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm 4.25).

Glória a Deus porque nosso Senhor submeteu-Se ao que Lhe estava predestinado. Ele não permitiu que Satanás O dissuadisse de Sua missão redentora!

E quanto a nós? Qual tem sido nossa atitude diante do sofrimento e das sombras da morte? Sentimo-nos apavorados e com autocompaixão? Buscamos a Deus para nos livrar do sofrimento e da morte, sem considerarmos a possibilidade de que a vontade determinada e predestinada para cada um de nós por Deus possa ser passar por tais aflições a fim de que o Senhor seja glorificado em nós e através de nossas vidas?! Como o próprio Pedro haveria de glorificar a Deus em sua morte: “Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus” (Jo 21.19).

Ora, se o tipo de morte que Pedro haveria de glorificar a Deus estava determinada por Deus, por que a nossa morte, com os sofrimentos inerentes a ela, não estaria predeterminada também? Por ventura, podemos fugir da soberania de Deus?

Qual é a nossa reação diante do sofrimento? Queremos que o Senhor seja glorificado em tudo que nos aconteça ou preferimos seguir os conselhos da chamada teologia da prosperidade, ou da comodidade?

É claro que isto não significa que vamos agir como masoquistas, buscando o sofrimento. Nem que devamos recusar o socorro, ajuda e orientação médica no sentido de viabilizar uma cura. E muito menos que devamos desprezar e negligenciar a oração da fé em favor de nossa cura ou da cura de algum dos nossos entes queridos.

Porém, não podemos nos esquecer de que acima de tudo está a vontade soberana de Deus. Como o Senhor Jesus deu o exemplo: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42b). Esta também precisa ser a atitude daquele que se diz discípulo e seguidor do divino Mestre. O que passa disso tem que ser expulso em nome de Jesus: “Arreda, Satanás!”


Pr. Vanderlei Faria
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