quarta-feira, 21 de outubro de 2009

QUANTOS PÃES TENDES?

“Em declinando a tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: É deserto este lugar, e já avançada a hora; despede-os para que, passando pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer. Porém ele lhes respondeu: Dai-lhes vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer? E ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo-o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes” (Mc 6.35-38).

Esse texto ilustra o mistério da economia divina, a suficiência do que temos para servirmos aos propósitos do Senhor no momento histórico em que vivemos; a utilização dos recursos pessoais, a nossa suficiência. Bastaram os poucos peixes e pães, como foi suficiente o bastão que estava nas mãos de Moisés; o punhado que havia nas mãos da viúva pobre que hospedou Elias; e a disposição de fé dos coríntios para fazerem uso de seus dons espirituais... "Só é pouco o que temos enquanto está em nossas mãos e serve apenas aos nossos próprios interesses pessoais" (Pr. Hélcio da Silva Lessa).

É quando percebemos nossa insignificância e a nossa carência da graça bendita. Jó, quando no auge de seu sofrimento, tanto físico quanto emocional, devido ao “conforto dos amigos”, reagiu com auto-comiseração e orgulho de sua própria justiça: “Prosseguindo Jó em seu discurso, disse: Tão certo como vive Deus, que me tirou o direito, e o Todo-Poderoso, que amargurou a minha alma, enquanto em mim estiver a minha vida, e o sopro de Deus nos meus narizes, nunca os meus lábios falarão injustiça, nem a minha língua pronunciará engano. Longe de mim que eu vos dê razão! Até que eu expire, nunca afastarei de mim a minha integridade. À minha justiça me apegarei e não a largarei; não me reprova a minha consciência por qualquer dia da minha vida” (Jó 27:1-6).

_ “Na verdade, falaste perante mim, e eu ouvi o som das tuas palavras: Estou limpo, sem transgressão; puro sou e não tenho iniqüidade. Eis que Deus procura pretextos contra mim e me considera como seu inimigo” (Jó 33:8-10).

_ “Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu direito. Apesar do meu direito, sou tido por mentiroso; a minha ferida é incurável, sem que haja pecado em mim” (Jó 34:5-6).

Deus, então, interveio para falar-lhe. E quando tudo levava a crer que Deus fosse consolá-lo com palavras suaves, o Senhor aplicou-lhe uma tremenda exortação. Começando com estas palavras: “Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?” (Jó 38.2). E concluindo: “Disse mais o Senhor a Jó: Acaso, quem usa de censuras contenderá com o Todo-Poderoso? Quem assim argúi a Deus que responda” (Jó 40.1).

“Então, Jó respondeu ao Senhor e disse: Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei” (Jó 40.3-5).

Deus mostrou-lhe, ainda, as manifestações de Seu poder. Ou seja, quando Jó buscou a face do Senhor, com reverência e respeito, lamentando apenas pelos seus próprios pecados, e não pelo sofrimento, Deus manifestou a Sua glória e poder.

E quando Deus falou, além de sentir-se indigno de abrir a boca diante da majestade da presença divina, Jó ainda foi movido a reconhecer sua real condição de pecador diante de Deus: “Então respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum de teus planos pode ser frustrado... Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia... Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó, 42.1,3,5,6).

Pr. Vanderlei Faria
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