domingo, 11 de outubro de 2009

CELEBRANDO A VITÓRIA

_ “Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.1-6).

Viver é sempre recomeçar, construir pontes, lutar sempre, vencer etapas, conquistar fortalezas, abrir trincheiras, avançar! Foi para isso que fomos criados, para realizarmos algo digno e significativo em nossa caminhada terrena.
Então, quando chegar o dia de nossa partida dessa vida, o mundo há de saber que alguém passou por aqui deixando um rastro luminoso e abençoador. E teremos a convicção de que não vivemos em vão.


I – CELEBRANDO A VITÓRIA COM GRATIDÃO

_ “Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha”

No dia 29 de dezembro de 2007 nasceu meu primeiro neto, Samuel. Quanto alegria, quanta emoção! No dia seguinte ele foi levado para Porto Alegre, onde ficaria hospitalizado por dez dias. Quanta tristeza e lágrimas! Um mês depois, eu o pequei no colo, agora completamente restabelecido, lindo e exuberante. Ficamos como quem sonha, como os israelitas.
Extasiado e profundamente emocionado, me perguntava: Como agradecer a Deus por tão grande dádiva?! Que coisa maravilhosa é o dom da vida, e principalmente a vida de um neto! Não há riqueza nem bem algum que se compara a tal preciosidade. Como Deus é bom e misericordioso!

Nossas atitudes e reações são o reflexo do entendimento e reconhecimento do quanto Deus tem nos abençoado, através das pessoas que caminham ao nosso lado. Algumas das quais sequer imaginam que estão nos abençoando, mesmo quando parecem injustas ou ruins para conosco.

O salmista Davi começa seu cântico de adoração com esta expressão de reconhecimento e gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas, a despeito das inúmeras dificuldade e problemas que o povo de Israel enfrentava ao regressar do cativeiro.
Antes ele havia escrito:
_ “Não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado... nos teriam engolido vivos...
Bendito o Senhor, que não nos deu por presa aos dentes deles.
Salvou-se a nossa alma, como um pássaro do laço dos passarinheiros; quebrou-se o laço, e nós nos vimos livres.O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra” (Sl 124.1, 3, 6-8).

Em nosso texto, o salmista mostra como deve ser a atitude do cristão em face do sofrimento. Ele poderia apresentar uma profunda lamentação pelos sofrimentos suportados no exílio, as sequelas que ficaram em seus corpos e mentes. Porém, havia em seus corações uma motivação maior para celebrar, para festejar e regozijar: a libertação do sofrimento e o retorno à pátria amada, o reencontro com os que ficaram. O sofrimento tornou-os mais sensíveis e gratos ao Senhor pelas bênçãos que lhes foram concedidas.

Recentemente reunimo-nos (5 amigos) na casa de um de Jair. Alguns de nós não nos víamos há mais de 42 anos. Ao contempla-los, com seus cabelos brancos ou com poucos cabelos, alguns com acentuadas rugas, senti vontade de fazer um gracejo: “Como vocês estão velhos!” Mas contive-me ao lembrar que antes de sair de casa, sem querer, dei uma olhadinha no espelho... Ali estávamos: Os velhos meninos, ou os meninos velhos... Como agradecer a Deus por ainda estar vivo e poder desfrutar desse momento mágico, único, sublime! Fiquei pensando, como seria o mundo se todos fossemos amigos!? E se todos fossem amigos do AMIGO JESUS!

Vidas preciosas que exerceram profunda influência e ajuda em minha trajetória cristã. Muitos dos quais já partiram para a eternidade, deixando suas marcas impregnadas em nossos corações, em nossas lembranças. Eles fizeram parte ativa da história de nossas vidas. E devemos sempre tributar a Deus a nossa profunda gratidão por termos convivido com pessoas tão significativas em nossa formação e edificação espiritual.

Mas não podemos nos esquecer que também nós estamos fazendo história, marcando vidas! Todos nós somos marcadores de vidas, para o bem ou para o mal.

Como disse o salmista, “não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado... Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha...”
Por isto Jesus afirmou:
_ “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda” (Jo 15.16).

II – CELEBRANDO A VITÓRIA COM ALEGRIA

_ “Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo... Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres” (Sl 126.1).

Quando você vai a um estádio de futebol pra ver seu time jogar...
Qual é a nossa expectativa quando nos reunimos para cultuar a Deus?
Willian Booth, fundador do Exército da salvação disse: “A paixão de alguns homens é o ouro. A paixão de alguns homens é a fama. A minha paixão são as almas”([1]). Os apaixonados se tornam apaixonantes!
A Bíblia é o livro da alegria! A história do evangelho começa, continua e há de terminar, com alegria. Jesus veio trazer alegria, ainda que em meio aos sofrimentos. Hoje podemos nos alegrar também, ainda que ao nosso redor todas as circunstâncias sejam desfavoráveis.
A nossa alegria não depende das circunstâncias, mas da pessoa de Jesus. Jesus é nossa maior alegria! JESUS – ALEGRIA DOS HOMENS!
Gióia Junior ESCREVEU:
“Nesta hora de incerteza. de cansaço e de agonia,nesta hora em que, de novo, a guerra se prenuncia,neste momento em que o povo não tem rumo, nem tem guia;Ó Jesus, agora e sempre Tu és a nossa alegria!
Nesta hora seca e torpe, de vergonha e hipocrisia,quando os homens apodrecem nos banquetes e na orgia,nesta hora em que a criança atravessa a noite fria;Tu és a nossa esperança, Tu és a nossa alegria!
Alegria manifesta, que brotou e se irradiade uma simples e modesta e sublime estrebaria,alegria nunca ausente,alegria onipotenteque palpita para o crentee faz dele um novo ser;alegria cristalina,doce, mística, divina,que nos toma e nos dominae nos enche de poder.
Tu és a nossa alegria! Santa alegria, Senhor,que nos une e nos separa e nos fecunda de amor!Por isso cantamos hinos, temos prazer no louvor,até nas horas escuras do afastamento e da dor.
Cantai, ó povos da terra!Trazei harpas e violinos,oboés, cítaras, guitarras,harmônios, címbalos, sinos,clavicórdios e fanfarras,coros de virgens e mártires, de meninas e meninos!
Cantai, ó povos da terra!Trazei avenas e tubas, flautas, flautins,clarinetas, celos, clarins e tamborese metálicas trombetas e puríssimos cantores!
Cantai, ó povos da terra!Trazei pássaros e fontes, bulícios, rios e ventos,rochas, árvores enormes, alvos lírios orvalhados, palmas viçosas luzindo,sons da noite, vozes múltiplas dos animais e das águas,das pedras e dos abismos, das florestas intocáveise dos mundos subterrâneos, sons da madrugada clara:estalos de galhos verdes. Doces ruídos domésticos: talheres e louças brancas.Sons de fábricas, ruídos de teares e bigornas, de madeiras e metais,passos pesados de botas de militares eretos,passos macios e quentes de rosadas colegiais.
Cantai, ó povos da terra!Cantai de noite e de dia,na tarde pesada e morna,na manhã ágil e fria,na aflição, ou na ventura,ao nascer, ou na agonia:Jesus – Senhor dos senhores,Tu és a nossa alegria! Tu és a nossa alegria! Tu és a nossa alegria!”
Jesus prometeu-nos alegria plena, completa” (Jo 16.20-24; Fl 3.1; 4.4).

Jesus Cristo é a nossa alegria real e permanente! Ele veio ao mundo, morreu e ressuscitou para mudar as circunstâncias e transformar as nossas vidas. Não importam mais as condições externas, Jesus está entronizado em nossos corações.
Sim, podemos, também nós, crer que o Salvador transformará nossos vales sombrios e nebulosos em momentos de júbilo e adoração. Oh, aleluia! Glória a Deus!
_ “Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres!”

III – CELEBRANDO A VITÓRIA DA EXPANSÃO MISSIONÁRIA
_ “então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles” (Sl 126.2b).
Gratidão e reconhecimento geram alegria; e a alegria é contagiante.

É interessante que o povo de Israel não havia percebido o que Deus estava fazendo de maravilhoso na vida deles enquanto estavam no cativeiro, e nem mesmo quando regressavam à sua pátria. Porém, mesmo sem querer eles estavam realizando uma obra missionária.

Quando falamos de Cristo, seja em palavras, ações, através de nosso exemplo ou de nosso testemunho cristão, a alegria do evangelho se expande como um perfume precioso. E a alegria propagada aos outros redunda em alegria desfrutada por nós mesmos.

_ “então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres!” (Sl 126.2b).

Queira Deus que as nações, o mundo seja alcançado pelo testemunho vibrante e contagiante do povo brasileiro. Que Ele nos abençoe e nos use para a Sua glória, honra e louvor.

IV – CELEBRANDO A VITÓRIA DA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL

_ “Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe” (Sl 126.4).

Aparentemente há uma contradição com o que estamos considerando até aqui. Entretanto, o que o salmista está pedindo a Deus em sua oração é algo que diz respeito a todos nós também.

Os israelitas estavam vivendo ainda a euforia da vitória. Antes, porém, que ocorressem os fracassos espirituais, ou mesmo antes que começassem a viver no marasmo da glória desvanecida; antes que começassem a viver do passado como quem dirige olhando pelo retrovisor, o salmista faz esta pungente oração: “Restaura-nos, Senhor!”

Nesse momento sou levado a orar também: Usa-me, Senhor! Ou, torna-me usável, Senhor! Como bem se expressou Joyce Landor:
_ “Não peça para ser usado. Peça a Deus que torne você usável. Essa trilha é mais longa, entretanto a colheita é maior” (Ex 14.1-15).
“Restaura, SENHOR, a nossa sorte! Renova-nos, Senhor”!

V – A VITÓRIA DA UNIDADE
_ “Quando o SENHOR restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, SENHOR, a nossa sorte...” (Sl 126.1-4).

Observemos estas ênfases do texto no qual estamos refletindo: O salmista não faz nenhuma referência pessoal. Todo louvor e adoração a Deus estão relacionados com o povo ao qual ele fazia parte. O salmo é uma declaração coletiva de gratidão a Deus por Sua bondade e misericórdia para com a Sua Igreja.

Lembro-me que, nos tempos de criança, gostávamos de "jogar botão" (eu e meu irmão, Davi). Porém, quase sempre estávamos brigando, porque ninguém admitia perder. Até que fui compreendendo que não havia razão para ficar enfurecido por coisa tão insignificante.
A igreja do Senhor é uma família aqui na terra. Caminhamos juntos para a Terra Prometida. Precisamos ouvir uns aos outros. Chorar juntos, sentir juntos... Chegar juntos, como dizia o Pr. Mauro Israel Moreira.
A Bíblia assim nos diz:
_ “Um ao outro ajudou e ao seu próximo disse: Se forte” (Is 41.6).
_ Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.1). E ainda: “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”(1 Jo 3.17-18).

Jesus orou por nós desta forma:
_ “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.20-21).

IV – CELEBRANDO A VITÓRIA DA CONSOLAÇÃO DO SENHOR
_ “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.5-6).
O budismo diz: “Bem-aventurados são aqueles que nem choram nem riem, porque tristeza e alegria são igualmente ilusões”.
Somente o Senhor Jesus Cristo ousou chamar a tristeza de bênção, oferecendo consolação: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5.4).

_ “Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”.

Se os sofrimentos que suportamos são devido ao nosso viver cristão, somos bem-aventurados, felizes. E, quanto mais nos assemelharmos a Cristo, mais ódio e revolta receberemos do mundo ímpio. Assim, pois, o sofrimento há de nos caracterizar como servos de Cristo Jesus. Lembremo-nos, porém, que a graça de Cristo será sempre superior ao sofrimento suportado por amor a Cristo. Somente os vencedores são os verdadeiros crentes. Os demais são apenas os espectadores da Igreja. Nem a morte prejudica totalmente o crente! Amém.



Pr. Vanderlei Faria
pastorvanderleifaria@yahoo.com.br
www.midiasound.com
wwww.oswaldojacob.blogspot.com

[1] Mandino, Og – Universidade do Sucesso – p.112

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