quarta-feira, 30 de abril de 2008

Encontro Marcado

_ “Então, Jacó teve medo e se perturbou; dividiu em dois bandos o povo que com ele estava, e os rebanhos, e os bois, e os camelos. Pois disse: Se vier Esaú a um bando e o ferir, o outro bando escapará. E orou Jacó: Deus de meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó SENHOR, que me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e te farei bem; sou indigno de todas as misericórdias e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; pois com apenas o meu cajado atravessei este Jordão; já agora sou dois bandos. Livra-me das mãos de meu irmão Esaú, porque eu o temo, para que não venha ele matar-me e as mães com os filhos. E disseste: Certamente eu te farei bem e dar-te-ei a descendência como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar” (Gn 32.9-12).

Jacó, diante do terrível desafio de encontrar-se com seu desafeto, o irmão a quem havia humilhado e tripudiado, o irmão de quem havia usurpado a bênção da primogenitura, “então, Jacó teve medo e se perturbou”. Embora essa fosse uma promessa divina antes mesmo de seu nascimento, não fora essa a forma estabelecida por Deus para ele adquirir tal bênção. Com toda a certeza, Deus haveria de prover os meios e as condições para que ele tomasse posse da promessa, e não por meio da desonestidade do tipo jeitinho brasileiro.

Tendo seu passado conturbado diante de si, Jacó tremeu e temeu desesperadamente diante desse inevitável compromisso. Se houvesse ao menos uma possibilidade de não remoer o passado, certamente ele tudo faria para seguir seu caminho sem ter que reencontrar seu irmão. Mas Deus estava trabalhando com ele, de forma que não lhe fora dada outra alternativa senão acertar as contas com seu irmão. Sem outra alternativa, sentia-se compungido e compelido àquele encontro. Não poderia continuar na companhia indesejável de um sogro tão trapaceiro e mau caráter quanto ele fora no passado. Além disso, Deus mesmo lhe falara de maneira clara, orientando-o para voltar à sua terra natal... Ele mesmo precisava resolver uma questão que ficara pendente há vinte anos. Deus queria que ele obtivesse o perdão de seu irmão, não queria que eles mantivessem aquela inimizade para sempre, como não quer que Seus filhos, em qualquer tempo, vivam em desarmonia e animosidade. Eram irmãos, precisavam se reencontrar, se acertar.

Há muitos cristãos que vivem uma vida “normal”, sem se importarem com as causas pendentes em seus relacionamentos familiares ou sociais. Vão atropelando a tudo e todos, deixando para trás parentes e irmãos feridos, magoados, ressentidos com suas atitudes ríspidas, grosseiras e até desonestas. Embora Deus os esteja abençoando, dando-lhes vitórias naquilo que fazem, dando-lhes prosperidade e saúde; Deus ainda quer que haja um predisposição daquele que O serve para ir ao encontro daquele a quem feriu ou a quem magoou no passado; alguém com quem teve algum tipo de desentendimento.

Se houve algum tipo de estremecimento, alguma quebra no relacionamento, se por algum motivo a amizade foi abalada, já não se falam com freqüência, não se comunicam e nem mesmo conseguem orar um pelo outro, então, há necessidade de um acerto de contas. Ou pelo menos uma tentativa de esclarecimento, a fim de quem ambos possam seguir o seu caminho na paz de Deus.Deus quer promover o reencontro, restaurar as amizades antigas, fazê-los superar o passado, ainda que tenhamos que arcar com o prejuízo.

Posso Todas As Coisas

Não temos o que temer, mas também não temos o que pretender. Não queremos aparecer, nos exaltar, nos auto-promover. Não somos nós a razão de nossa confiança. Não se trata de auto confiança, mas de confiança no Senhor. É Ele a razão de nossa esperança e confiança. Eu, na verdade, não sou nada, sou inútil e insignificante; mas não estou só, não ando sozinho, não estou desguarnecido. Estou guardado e protegido pelo Senhor.

“Quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co 12.10b). Não porque haja em mim alguma coisa especial. Ou melhor, há algo especial em mim, sim, mas não da minha própria natureza. Porque a força sobrenatural de Deus se manifesta na minha fraqueza. Exatamente quando deixo de confiar em minha própria capacidade, ou em minha própria força, então me apoio única e exclusivamente nAquele que me fortalece. Então, “posso todas as coisas” nEle e por Ele.

As pessoas “normais”, aquelas, como dizem, de pé no chão, aquelas que se apegam aos padrões humanos... Para estas, tudo isso não passa de loucura ou balela. Para aqueles que vivem segundo os conceitos humanos tradicionais, tudo isto não passa de viver na contra mão, sem bom-censo, fora da realidade; é viver no mundo da lua, sem qualquer garantia social, econômica e financeira...

Pessoalmente sei o que é ser ridicularizado, espezinhado, envergonhado e hostilizado por continuar esperando na provisão sobrenatural do Senhor mesmo quando tudo parece ir de mal a pior. Quando não há recursos financeiros suficientes, quando as portas se fecham inexoravelmente. Quando todos parecem perplexos e até agressivos conosco, julgando-nos acomodados, excessivamente passivos ou preguiçosos... Quando não há ninguém a quem recorrer ao sentir-nos desfalecer o vigor.

Ora, se o nosso Deus é tão poderoso a ponto de saber e cuidar até mesmo de uma folha seca que cai ou de um simples pardal, por que haveria de esquecer de mim? Se de fato Ele está comigo como creio, por que haveria eu de temer e tremer diante das circunstancias adversas? Ainda que andando pelo vale da sombra da morte, não temerei... Vou levantar e caminhar, na certeza de que tudo posso naquele que me fortalece, não temerei mal algum. Prossigo para o alvo supremo, a vitória final! Não há o que temer. O diabo pode usar quem ele queira para me atingir, me ofender, me hostilizar; não temerei mal algum, porque Ele, o Senhor, está comigo, sempre e eternamente! Amém.

_ “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27.1).

terça-feira, 29 de abril de 2008

A Minha Fortaleza

_ “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27.1).

Aqui está a base da confiança do cristão. O salmista não diz que é um homem corajoso e destemido por si mesmo. A sua confiança e coragem são fruto de uma absoluta ligação e intimidade com o Senhor. Ele não enfrenta os inimigos de peito aberto, confiando arrogantemente em sua força e capacitação. Ele olha para o Senhor e se coloca debaixo de Sua proteção. Então, uma vez assegurado da companhia e proteção divina, ele vê os inimigos como meros ajuntamentos de gafanhotos.

Quem é capaz de vencer o nosso Deus? Quem pode resistir a sua força e poder? Quem é capaz de se opor a Ele e prevalecer vitorioso? Baseado e confiado nesta proteção sobrenatural, invisível, mas real, não há o que temer, não há circunstancia ou obstáculo que possa nos amedrontar ou nos fazer calar.

Isto não significa que passaremos pela vida sem sofrer oposição, dores e aflições. Não significa que vamos viver sem problemas, sem doenças, sem sofrimentos. Porém, ainda que eles nos atinjam, ainda assim continuaremos seguros no fato de que “maior é o que está em nós do que o que está no mundo”.

As aflições e tribulações virão, inevitavelmente, porque estamos em guerra permanente; mas a nossa postura continua firme e resoluta. Não agimos com orgulho ou arrogância, como se fossemos super-heróis humanos. Não agimos com soberba e prepotência querendo nos mostrar ao mundo, nos auto-promover como dignos de honra e valor.

domingo, 27 de abril de 2008

Ainda Há Esperança

_ “Contudo, tu és quem me fez nascer; e me preservaste, estando eu ainda ao seio de minha mãe. A ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de minha mãe, tu és meu Deus” (Sl 22.9-10).

_ “Quanto a mim, confio em ti, SENHOR. Eu disse: tu és o meu Deus. Nas tuas mãos, estão os meus dias; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores” (Sl 31.14-15).

_ “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um” (Jo 10.27-30).

Podemos verificar, tanto na história bíblica, como na historia universal; tanto nos exemplos antigos como nos atuais, nossos contemporâneos ou em nossa própria experiência diária, que jamais alguém foi investido, de forma plena, significativa e relevante, seja no ministério cristão, ou mesmo no sentido secular, para o bem da humanidade, sem passar por um tipo de mergulho (algumas vezes é um permanente mergulho) no sofrimento. Um tipo de torvelinho de aflição.

Faça uma experiência, se desejar, pesquise sobre a vida dos homens e mulheres que fizeram a diferença no meio e no tempo em que viveram, para o bem de sua comunidade ou da humanidade, que não tenham experimentado esse tipo de batismo de fogo, ou com fogo? Além dos exemplos de personagens bíblicos, tais como Pedro (Jo 21.18-19), Paulo (At 9.1-19; 2Co 4.1-18; 11.16-33; 12.1-10, etc), Tiago e todos os demais apóstolos, e uma imensa quantidade de pessoas comuns – algumas, cujos nomes nem sequer aparecem na Bíblia, apenas os fatos que ocorreram com elas, como o cego de Jericó, o paralítico curado por Jesus e mencionado por João, 5.1-18 e o cego de nascença também curado por Jesus (Jo 9.1-41). Homens e mulheres cujas vidas servirão de testemunho da glória de Deus até à volta do Senhor, exatamente pela gloriosa manifestação do poder de Deus quando, humanamente, não havia mais esperança.

Tempo Para Orar, Meditar e Adorar

À semelhança de Estêvão, Paulo e Silas, João na Ilha de Patmos e de Jesus na cruz do Calvário; João Batista não abriu sua boca para protestar, reclamar, ou mesmo para defender seus direitos constitucionais, ou direitos humanos. É um exemplo de homem de Deus, incompreendido, odiado, maltratado, esquecido e abandonado, cheio de dúvidas (Mt 11.3), e morto injustamente. Porém, uma bênção aos olhos do Senhor. Um homem de valor, conforme a avaliação do Senhor Jesus: “muito mais do que profeta.”

A teologia barata, materialista e interesseira de nossos dias, tem influenciado em muito o povo verdadeiramente evangélico. De tal maneira que vai sendo cada vez mais difícil se distinguir os verdadeiros e sinceros crentes, entre tantos falsos profetas; os mercenários de plantão. Há muita dificuldade em se compreender e aceitar o fato de que a bênção do Senhor pode se manifestar também através das perdas e dos fracassos aparentes.

Custa-nos entender e aceitar que Deus pode estar nos abençoando, mesmo quando não conseguimos atingir o status financeiro e social dos demais; ou quando sofremos. Principalmente quando nos entregamos às comparações com aqueles que tudo fazem para divulgar seu feitos, realizações, e o sucesso material. Alguns dos quais com nível intelectual semelhante ou até mesmo inferior ao nosso. E, muitas vezes, tendo alcançado o “sucesso“ através de meios desonestos, corruptos, e manobras indignas para um cristão. Nesse contexto, é comum ficarmos abatidos, confusos, e até mesmo revoltados, quando enfrentamos tribulações. Algumas vezes nos desmanchamos em lamúrias, procurando entender os porquês dos problemas que enfrentamos. Se isto está acontecendo com o amado leitor, pense comigo: Não seria o caso de aproveitarmos esse tempo para orar e meditar na Palavra de Deus? Enfim, adorá-Lo?

sábado, 26 de abril de 2008

Sê Tu Uma Bênção!

No passado Deus disse a Abraão: “Abraão, sê tu uma bênção!” A questão, então, que precisamos ressaltar é quanto ao que valorizamos mais, aquilo que merece a nossa maior admiração e valorização. Como vimos, a julgar pelos padrões estabelecidos atualmente, não só pela mídia mundana, mas, principalmente, pela grande maioria dos evangélicos, João Batista foi um estrondoso e retumbante fracasso... Mas, o que dizer dos inesquecíveis heróis da fé relatados na Bíblia (Hb 11.35-38)? Que dizer de Estêvão, Barnabé, Paulo, Silas, e, principalmente, do Senhor Jesus, que nem sequer tinha onde reclinar a cabeça? Paulo, apóstolo, assim se expressou: (2 Tm 1.8;2.3; 3.12-13 – leia os textos).

Volto a enfatizar o raciocínio de que as tribulações que enfrentamos, ou a falta delas, não se constituem em provas de bênção ou maldição: Foi João Batista um ABENÇOADO? Foi Estêvão um abençoado, apesar das pedradas que o levaram à morte? Foi Paulo um abençoado, apesar das muitas tribulações e decepções? Teria sido um abençoado, considerando-se o seu abatimento narrado em 2 Tm 4.10-16? É Deus que nos permite o sofrimento, e nos fala através do mesmo, para que nós o glorifiquemos. Deus quer que nós O glorifiquemos em todos as circunstâncias.

O nosso desafio, portanto, é para que continuemos crendo, buscando, adorando e orando ao Senhor, na certeza de que, ainda que aconteçam coisas que nos assombrem, nos atemorizem, ou nos desanimem; ainda assim, veremos um dia a glória de Deus! Então, ver a glória de Deus não pode ser entendido como apenas, ou simplesmente, vermos acontecer curas, ou milagres materiais, físicos.

Ainda que sejamos abençoados com curas fenomenais, ainda que alguém possa experimentar alegria de ver seus objetivos atingidos no que diz respeito às coisas que os circundem; ainda assim, se a glória da presença divina não se fizer presente, vista e sentida, não haverá paz e conforto real no coração. Tanto assim que grande parte dos suicídios acontecem com pessoas abastadas financeiramente. Portanto, a mim e a você cumpre apenas o dever e o privilégio de adorar a esse Deus santo e glorioso; porque em Sua infinita graça Ele nos predestinou e nos chamou com santa vocação, garantindo a nossa salvação eterna, pelo precioso sangue de Jesus Cristo, nosso amado Salvador e Senhor. A Ele, portanto, toda honra e toda glória. Amém.

Convocado Para Sofrer

João Batista estava preso por causa de sua intrépida pregação acusando o pecado de Herodes (Mt 14.3-4). Exercia seu ministério de precursor de Jesus com muita seriedade e destemor. Não tinha casa própria, não morava em palacete, não usufruía dos privilégios sociais de seu tempo, não fazia “média” com os políticos poderosos de seu tempo. Pelo contrário, não compactuava com o pecado; apontava com extrema coragem e franqueza a deterioração moral e o pecado das autoridades: Mt 3:7-12. Ou seja, exercia o ministério, para o qual Deus o convocou, com qualidade total. Mas agora, em conseqüência à sua postura destemida e até mesmo “atrevida”, estava encarcerado, desprezado e desprovido dos mínimos recursos para o conforto material, chegando a ser covardemente morto.

A julgá-lo de acordo com a “teologia“ modernista, que tipo de profeta foi João Batista? Seria, certamente, considerado um homem fracassado; visto que fora colocado no cárcere e morto, em conseqüência direta de sua atuação como pregador do evangelho de Cristo Jesus.

Diz o texto que “João no cárcere ouviu falar das obras de Cristo” (Mt 11.2). Apenas ouviu falar de Jesus, de quem ele era um representante, conhecia por certo todas as agruras porque passara, conhecia a situação ruim e perigosa em que se encontrava. Chegou até mesmo a promover a sua pessoa, reconhecendo seu valor como “mais que profeta” (Mt 11.9). Porém, Aquele que era o seu herói, Senhor e Rei, não fora visitá-lo na prisão, e nada fizera para impedir o seu sacrifício. Não houve qualquer reação explícita da parte de Jesus para visitá-lo ou para tirá-lo da prisão. Nem mesmo algum tipo de apelo, ou exortação, às autoridades, no sentido de libertá-lo. E João foi brutalmente assassinado... Teria compensado seu rigor doutrinário e sua coragem para desaprovar o erro e o pecado alheio? Não teria sido em vão sua dedicação, seu preparo e disciplina pessoal, chegando a um fim tão trágico e prematuro? O que teriam pensado os religiosos de seu tempo? Qual a nota que se daria hoje para tal ministério? Qual seria a sua cotação pastoral? Qual a Igreja, hoje, que o convidaria para exercer seu ministério? Enfim, não teria sido João um grande fracassado? Qual o julgamento que se faz a respeito de obreiros que, depois de longos anos de trabalho árduo e dedicado à obra do Senhor, chegam ao fim de seus dias sem um teto para morar, sem dinheiro e sem fama?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Co-Participantes Da Natureza Divina

Leia 2 Pe 1.3-11. Veja o que nos diz Pedro nos vs. 4 e 10 desse texto: “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo... Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum”.

Não é tremendamente fantástico?! Deus está fazendo com que sejamos “participantes de Sua santidade” e “co-participantes da natureza divina”; além de nos proporcionar o sentimento de confirmação de nossa eleição! Como Ele faz tudo isso por nós? Se observarmos o contexto, verificaremos que isso implica em obediência e submissão à soberania de Deus no sofrimento. É claro que isso não é muito fácil de se assimilar na hora da dor e da tristeza, mas creio que nos ajuda e nos conforta em saber que temos exemplos de pessoas que passaram algo semelhante ou muito pior do que o que nós estamos enfrentando, tendo obtido a vitória.
John Piper escreveu o seguinte:

_ “Deus tem designado quem deve sofrer. O sofrimento não sobrevém por acaso nem pela vontade do homem, mas pela vontade e determinação de Deus...
Em segundo lugar, “Deus tem designado quando eles sofrerão pela sua verdade aqui neste mundo. As épocas de sofrimento para esta ou aquela pessoa são determinadas, quanto ao tempo em que serão provadas por sua fé”. Em terceiro lugar, “Deus tem designado onde este, aquele ou outro bom homem qualquer deve sofrer. Em quarto lugar, “Deus tem designado... que tipo de sofrimento pelo qual este ou aquele santo deverá passar... Nossa natureza carnal cresceria excessivamente, se não tivéssemos nossos invernos no tempo apropriado. Diz-se que em alguns países as árvores crescem, mas não produzem fruto, pois não há inverno ali” (Piper, John – O Sorriso Escondido de Deus – Shedd Publicações, P.s 29, 50, 52, 73-75, 77, 25).

domingo, 20 de abril de 2008

Sofrimentos Como Prova do Amor de Deus Por Nós

Ultimamente só se fala em bênçãos materiais, privilégios, coisas que satisfazem o nosso ego, para o nosso deleite físico, material. Entretanto, a Bíblia diz também que Deus pode nos dar sofrimentos como prova de Seu amor por nós: Hb 12:4-6; Fl 1.7-29. Faz parte da soberana vontade de Deus que soframos (1 Pe 5.9).

Quando você diz que rejeita todo mal que lhe acontece, que não aceita a enfermidade que sofre, você está dizendo para Deus que não aceita o Seu controle e domínio sobre sua vida. Que você prefere viver em “paz”, sem experimentar a glória de Deus em sua vida. Não como Deus quer. Você quer apenas dar glória a Deus quando Ele faz aquilo que você acha que Ele deve fazer com e por você. Isto é materialismo, pragmatismo e comodismo carnal. Não é viver sob a vontade de Deus, mas, sim, conforme a vontade corrompida do nosso ego.

Quando pensamos apenas do ponto de vista humano, sob as perspectivas normais, com toda certeza não conseguimos ver solução em alguns problemas que enfrentamos. Porém, quando ousamos continuar crendo que o nosso Deus quer que confiemos nEle, a vitória virá, ainda que impossível aos olhos humanos. Não se iluda e nem se deixe abater com as acusações satânicas de que Deus não o ama; ou que você não tem fé suficiente para receber a bênção da cura de sua enfermidade. Embora seja certo que a nossa fé precisa ser exercitada e fortalecida, que precisamos desenvolvê-la sempre, isso não quer dizer que, pelo fato de termos uma fé robusta, não seremos atingidos por enfermidades ou calamidades, acidentes, assaltos, ou crimes hediondos.

Também não podemos aceitar a acusação do inimigo tentando nos fazer desconfiar do amor de Jesus por nós. É justamente porque Ele nos ama que somos portadores de Sua glória, instrumentos da operação divina do Seu poder para a salvação e edificação de outras vidas. Só podemos engrandecê-Lo e glorificá-Lo, como fez o salmista (Sl 139:16-17). Este é o Deus da Bíblia, que leva o salmista a um profundo êxtase de adoração. É o Deus a quem servimos e devemos obedecer. É o Deus que tem o controle absoluto sobre nossas vidas. Ele manda a doença, a dor, o sofrimento e a morte, de acordo com os Seus santos propósitos: “Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão” (Dt 32:39).

O Perfume De Cristo

Por volta dos anos de l989-92, na cidade Tucuruí – PA, uma linda criatura que exalava, e continua exalando o perfume de Cristo. Kellen era, quando a conheci, uma adolescente meiga, doce, sorridente, de rosto redondo, meio infantil e angelical. Uma personalidade extremamente cativante; que, mesmo em sua pouca idade, sua presença exalava o perfume de Cristo de forma exuberante, ainda que sem palavras, apenas com seu sorriso meigo e puro. Amada por todos, familia, igreja, escola, parentes e vizinhos.

Só algum tempo depois tomei conhecimento do drama que a familia havia passado com ela alguns anos antes. Ainda em sua tenra infância, foi acometida de câncer. Seus pais (Edigardino e Cícera) tiveram que se desfazer de quase tudo que possuíam, e ainda contando com a ajuda da familia e de irmãos na fé, levaram a menina para São Paulo a fim de ser submetida a um longo e rigoroso tratamento de quimioterapia. Seus pais tiveram que alugar um apartamento perto do hospital a fim de que pudessem acompanhá-la mais de perto. Foi, sem dúvida, um longo e tenebroso inverno que parecia não ter fim e do qual ainda restam as cicatrizes no corpo da Kellen pelas intervenções cirúrgicas e na alma de todos pela gratidão a Deus por Sua gloriosa providência e misericórdia na restauração e cura definitiva daquela menina.

Hoje tenho aqui em meu computador o retrato de duas lindas meninas gêmeas, filhas da Kellen. Esta, continua com seu sorriso inconfundível e sua meiguice de sempre, trazendo no seu corpo as marcas de Cristo. Porém, mais do isto, sua presença, quer queira ou não, é sempre motivo de glorificação a Deus pela sua infinita graça e bondade. Deus seja louvado. Fico imaginando que os pais, irmãos e a própria Kellen, agora mais do que nunca devido ao nascimento de suas filhas lindas saudáveis, não têm palavras para expressar toda gratidão e louvor a Deus pela manifestação de Sua glória na vida da familia. Mesmo sem querer comparar com os outros filhos, certamente, Kellen, e agora marido e filhas, será sempre motivo de gratidão a Deus exatamente pelo que Deus lhe proporcionou em meio à aflição. Seu batismo de fogo, ou com fogo, é motivo permanente de despertamento espiritual, gratidão e louvor a Deus. Aleluia!

sábado, 19 de abril de 2008

Como Reagimos Diante Do Sofrimento?

Veja o exemplo bíblico de João Batista (Mt 11.1-15):
João Batista encontrava-se numa situação crítica, no cárcere, tendo como desfecho a sua morte violenta e “prematura”. Isto aos nossos olhos, porque para Deus não há acidente, ou incidente, que seja prematuro, ou fora de Seu propósito. Ele não é surpreendido pela maldade humana.

_ “Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro?”
João não queria alimentar dúvidas quanto à pessoa de Jesus. Não queria que seus discípulos, também, tivessem qualquer tipo de incompreensão sobre a divindade, poder e soberania de Jesus. Entretanto, João não foi liberto do cárcere, nem poupado da morte. Nem sequer foi ele visitado e consolado por Jesus. Se ele tivesse a compreensão teológica como a de alguns dos pregadores dos dias atuais, certamente teria morrido amargurado e decepcionado com o Senhor Jesus.

João, em sua averiguação, não incluiu a sua situação pessoal, a solução de seu problema, como uma forma de comprovação de que Jesus era quem dizia ser. Apesar de Jesus ter se identificado como o verdadeiro Senhor de quem João fora o precursor, não lhe garantiu o “sucesso” desejado. E ainda acrescentou uma exortação: “E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim” (Mt 11.6).

João Batista provavelmente nutria alguma dúvida quanto à pessoa de quem estava ouvindo falar, não que ele tivesse dúvidas quanto à divindade de Jesus, mas, porque, no cárcere, apenas ouvia os comentários de alguém que estava fazendo muitos milagres, mas não sabia, realmente, de quem se tratava. Porém, não se dirigiu a Jesus exigindo, ou concluindo que Ele só seria realmente o Cristo esperado caso o libertasse da prisão. Ao contrário, apenas algumas informações fornecidas por Jesus foram suficientes para a sua compreensão de que, realmente, Ele era O Messias por quem ele, João, estava preso e haveria de morrer.

O Sofrimento Do Cristão E A Glória De Deus

Quando penso na questão do sofrimento, e, principalmente, sobre a maneira correta do cristão enfrentá-lo, não posso deixar de pensar no exemplo do apóstolo Paulo. Especialmente como Deus fez uso de seu sofrimento para abençoar a tantos, desde os seus dias até hoje, e até quando existir o mundo.

Em Fl 1.12-26 ele discorre sobre a utilidade de seu sofrimento em favor tanto das pessoas que estavam ao seu redor, como, também, de seus leitores. Procurando demonstrar seu entendimento de que tinha plena certeza de que Deus estava abençoando a muitos, e, ao mesmo tempo, sendo glorificado através de sua vida. E isso lhe dava muita segurança para encorajar e admoestar os seus leitores (1.27-30) para que se mantivessem firmes na fé, a despeito de todas as aflições que viessem a enfrentar. Chegando até mesmo a afirmar que o crente não deve encarar o sofrimento como sendo algo detestável, mas como um privilégio: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu” (Fl 1.29-30).

Assim, Paulo deixa claro que em tudo quanto nos acontece Deus está no controle, mesmo quando parece que estamos vivendo como um barquinho à deriva, sem rumo e sem direção. Deus tem em Suas potentes mãos o controle do leme de nossa embarcação. Assim como tem, seguramente, a provisão necessária e suficiente para toda a nossa jornada, tanto aqui como para a eternidade. A questão é que muito freqüentemente nos esquecemos, ou não confiamos nisso. Então, ficamos temerosos e ansiosos quanto ao amanhã, nos culpando ou procurando culpados a quem possamos descarregar nossas mágoas, revolta, ou decepção. Na verdade, tudo de bom ou ruim que nos acontece são meios através dos quais Deus trabalha conosco e em nós visando um fim proveitoso, e muito além de nossas expectativas. Como nos diz a Palavra de Deus em Hb 12.3-11. Observe o final do v. 10: “Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade”.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Intimidade do SENHOR

Algumas vezes custamos a perceber que Deus nos permite passar por tribulações para cumprimento de tarefas específicas no ministério cristão. Há certos problemas que nos são apresentados, os quais exigem de nós muito mais do que teoria. Nesses casos, a vivência, maturidade, podem ser fundamentais. Por exemplo, eu jamais poderia compreender adequadamente um adolescente, em condição de ajudá-lo, antes de viver em casa, diariamente, com filhos adolescentes.

Apesar de lembrar-me da minha própria adolescência e conviver com outros adolescentes, eu só pude compreendê-los melhor quando vivenciei os problemas de meus próprios filhos. Assim, creio que, de um modo geral, Deus está fazendo uso de nossas experiências pessoais para sermos mais úteis em Suas mãos, no tempo próprio que Ele mesmo há de determinar. Deus não promete boa vida, ou vida mansa para Seus filhos neste mundo: “E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12).

Mas talvez você ainda questione: como posso adquirir tal segurança e intimidade com o Senhor para confiar dessa forma em Sua soberania? A Bíblia responde: “A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Sl 25.14). Ou seja, assim como não confiamos nossas intimidades pessoais a estranhos, ou a pessoas que não têm uma certa intimidade conosco, que não compartilham conosco suas próprias intimidades, assim também o Senhor não Se dá a conhecer àqueles que só O procuram nas horas de aperto. Não significa é claro que alguém, por não ter suficiente intimidade com Deus não O possa procurar, em oração quando está aflito, angustiado ou enfrentando algum tipo de sofrimento. Mas, INTIMIDADE, é coisa de quem se conhece, de quem convive e sempre prazer em compartilhar tudo quanto lhes acontece de bom ou ruim. E não é diferente com Deus. Se você quer saber mais dEle, por Ele mesmo, tem que começar a buscá-Lo já, com reverência, temor e tremor; mas também com alegria e santa ousadia (Hb 10. 19-22).

É fácil dar testemunho de bênçãos materiais, quando somos agraciados com sucesso, dinheiro, ou posição social. Difícil, porém convincente, é o testemunho vivo de quem está morrendo por amor a Cristo, e por sua fidelidade a Ele, como Estevão, João Batista, Paulo. E, principalmente, tendo como nosso supremo exemplo o Senhor Jesus Cristo e Sua lealdade ao Pai até à morte, e morte de cruz. Que consolação é crer na soberania de Deus e poder glorificá-Lo em todas as circunstâncias! Você já pensou nisso?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Para Reflexão, Oração e Clamor a Deus

O sofrimento do cristão tanto serve para preveni-lo da desgraça da soberba, como medida preventiva da parte do Senhor, como nos serve de corretivo para nos despertar e libertar de tal situação se já estivermos cegos e amarrados nas amarras do orgulho ou da soberba. Tudo isto nos proporciona viver em humildade, sabendo que não podemos jamais permitir que a soberba tome conta de nossos corações. Os espinhos na carne nos fazem lembrar de que somos pó, somos frágeis e eternos dependentes da graça de Deus. Nunca posso esquecer-me disso, assim como espero que meu neto um dia e até quando for velho jamais se esqueça disso, somos todos dependentes da graça e misericórdia de Deus e interdependentes uns dos outros.

O que não podemos é perder a oportunidade que o sofrimento e a tristeza para a reflexão, oração e o clamor a Deus a fim de que ele nos proporcione o discernimento claro e necessário quanto ao que ele quer fazer em nós, por nós e através de nós, quando vem as tribulações; “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.10). Não podemos é achar que o que nos acontece não tem nada a ver com a vontade de Deus, ou que é uma simples fatalidade, acaso, azar, coincidência ou coisa que o valha. Em tudo o que nos acontece Deus está no controle e Se comunicando conosco, de alguma forma. Nada acontece por acaso, principalmente, com aqueles que amam e servem ao Senhor da glória. Isto é fundamental para o nosso entendimento e consolação em tempos de crise. Por tudo isto, mais do que nunca tenho absoluta certeza de que meu neto é de fato um escolhido de Deus; e que está inteiramente sob os cuidados das potentes e poderosas mãos de meu Senhor (Sl 22.9-11; 31.15; Jo 10.27-29). Aleluia!

Vale a pena enfatizarmos o que afirmam os apóstolos: “Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo... alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.” _ “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). Amém.

domingo, 13 de abril de 2008

Para Louvor E Glória Do Nome Do Senhor

_ “Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (Jo 11.4).

Tanto o cego mencionado por João como Lazaro e suas irmãs, serão motivo de louvor e glorificação do nome do Senhor, conhecidos e mencionados por todo o povo de Deus de todos os lugares, até à volta do Senhor Jesus a este mundo. Assim, espero que estas reflexões não signifiquem apenas e tão somente um tipo de catarze deste maltrapilho que aqui se expressa. Mas, de alguma forma, que o Senhor Deus faça uso dessas reflexões para consolar, despertar, corrigir e abençoar alguém neste momento em que lê e medita em tais considerações. Alguns talvez com lágrimas nos olhos e com seus corações partidos devido as muitas lutas, abandono, ausência do um ente amado, perdas significativas e irreversíveis, ou devido as dores de uma enfermidade cruel e persistente. Acima de tudo, porém, que Deus seja glorificado em nossas vidas, mesmo quando, ou principalmente quando sofremos.
Não sei o que Deus quer revelar-nos com esses turbulentos primeiros dias de vida de meu neto.

Não sei o que Ele há de fazer na vida de minha filha, Vanice, e na vida de seu esposo, Rubens; e tampouco o que Ele há de fazer através da vida do pequeno Samuel. Mas, como disse Jó, “eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25). Ou seja, um dia haveremos de obter todas as respostas para os nossos atuais questionamentos. Contudo, por ora sentir-me-ia feliz e de certa forma recompensado pelo tempo gasto no preparo dessas reflexões, se tão somente estes artigos vierem a proporcionar algum conforto e encorajamento para alguém que sofre. E terei a plena certeza de que não foram em vão os sofrimentos que experimentamos nesses poucos dias de vida de meu neto.

_ "Ó DEUS, tu nos puseste à prova. Como a prata é provada pelo fogo, assim nos provaste" (SL 19.10); porque tua é a glória Senhor! Glória ao teu santo nome. Amém.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Tende Bom Ânimo

_ “Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-me” (Jo 21.18-19).
_ “pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At 9.16).

Nesses dias quando predomina a mensagem da tão propalada Teologia da Prosperidade, quando todo tipo de sofrimento é tido como atuação demoníaca, e, portanto, algo a ser expulso, rejeitado pelo crente, a Palavra de Deus no texto acima parece uma contradição absurda e contundente ao amor de Deus revelado em Cristo Jesus. Entretanto, em momento algum a Bíblia menciona que aquele que crê em Deus ficará livre das tribulações. Ao contrário, o próprio Senhor, que sofreu até à cruz, afirma categoricamente: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Ele não diz que os que não crêem terão que enfrentar tribulações, nem mesmo se refere aos ímpios; mas Ele está falando com aqueles que são Seus discípulos, como confirmou Seu apóstolo, Paulo, mais tarde: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).

Não há como negar essa doutrina, não se pode torcê-la de acordo com a vontade humana. Assim é que Deus falou, e tá falado! Talvez alguém diga, mas isso é fatalismo, fundamentalismo ou qualquer outra coisa. Mas é o que afirma a Palavra de Deus, sem mais nem menos. Essas são conclusões inevitáveis para quem atenta para o que a Bíblia diz. Entretanto, creio que todo tipo de sofrimento tem pelo menos duas causas básicas: Conseqüência do pecado e a glória de Deus. Para tanto basta pensarmos em dois textos: Jo 9.3 e ll.4. Leia os textos e tire suas próprias conclusões.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Tua é a Glória, Senhor!

_ “Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9.3, 4).

No dia 06/01/08, o SBT, no programa do Gugu, segundo fui informado posteriormente, apresentou uma reportagem com uma jovem que caiu do 14o (isto mesmo, décimo quarto) andar de um prédio e está viva pra contar o que lhe aconteceu. Fiquei pensando como isso pode acontecer. E de fato não há sequer uma hipótese plausível para que isto ser verdade. Mas é. A moça confirmou a noticia que havia sido dada na mídia há meses. Aí, por mais incrédulo que seja alguém, não há como se atribuir tal fato a um Deus sobrenaturalmente poderoso. A presença viva daquela jovem, onde quer que ela esteja, quer queira ou não há de ser sempre uma poderosa manifestação da glória de Deus.

Os sofrimentos humanos, embora dolorosos para quem sofre e para quem compartilha dos mesmos, pais, demais familiares, amigos e companheiros de jornada; sabemos (pelo menos aqueles que atentam para a palavra de Deus) que tudo quanto nos acontece está sob o controle absoluto do Senhor. E mais: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.28-30).

Na verdade, não é novidade para ninguém que a vida é cheia de sofrimento. Uns mais outros menos, porém ninguém passa por aqui sem experimentar sua cota pessoal de dores e ais. Até mesmo aqueles que têm poucos dias de vida, sofrem ao se depararem com as dores do parto e a morte. Embora nem todos tenham a devida compreensão para receberem o sofrimento, também, fruto da graça de Deus, como disse o apóstolo Paulo: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele” (Fl 1.29).

domingo, 6 de abril de 2008

Continuar Crendo

Precisamos continuar crendo e “sabendo que, no Senhor, o nosso trabalho não é vão”. É a fé que nos mantém firmes e resolutos. Sim, podemos confiar no Deus da Aliança, o Deus das promessas. O Deus que não é homem pra mentir. Podemos confiar, ainda que as lágrimas possam toldar nossos horizontes; ainda que a dor lancinante da perda e da saudade de um ente-querido possa nos deixar confusos, entristecidos e deprimidos... Ainda que as lágrimas causadas pela dor de uma doença cruel nos leve a perder a vontade de viver... Ainda que as lágrimas em conseqüência da ingratidão, injustiça, humilhação e todos os males que as hostes do inferno possam nos causar... Ainda assim, podemos dizer como Jó e Habacuque :
_ “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim” (Jó 19:25-27).
_ “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3.17-19).
Há um cântico muito bonito e muito conhecido pelo povo de Deus, o qual precisa ser considerado aqui:
_ “És Tu única razão da minha adoração, oh Jesus!
És Tu única esperança que anelo ter, oh Jesus!
Confiei em Ti, fui ajudado. Tua salvação tem me alegrado.
Hoje há gozo em meu coração; com meu canto Te louvarei!
Eu Te louvarei; Te glorificarei.Eu Te louvarei, meu bom Jesus!
Em todo tempo Te louvarei; em todo tempo Te adorarei!

Eu Te louvarei; Te glorificarei.
Eu Te louvarei, meu bom Jesus!”

Preparação Para A Batalha

Comecei a refletir sobre esse assunto justamente quando meu neto encontrava-se hospitalizado; mal acabara de nascer e já começando a experimentar e provocar alguns dias de profunda expectativa da parte da família e dos demais amigos e irmãos em Cristo Jesus. Creio que ele teve seu batismo de fogo, ou com fogo, logo a partir do segundo dia de sua vida, quando foi levado às pressas de Camaquã para P. Alegre – RS, ficando sob cuidados médicos durante onze dias. Creio que Deus começou a prepará-lo desde já para usá-lo de forma poderosa na propagação do evangelho de Cristo. Imagino que, juntamente com a unção do Espírito Santo, pela qual eu orei o tempo todo de sua gestação para que o Senhor cumprisse nele a promessa feita a João Batista (Lc 1.15, 16); o Senhor vai também prepará-lo através do torvelinho da aflição, para cumprir os Seus santos propósitos na vida de nosso Samuel. Não que eu deseje o mal, ou o sofrimento para o meu neto; mas entendo que o treinamento espiritual, cristão – assim como no treinamento militar ou mesmo o treinamento para se exercer algumas profissões importantes e especiais – implica necessariamente no enfrentamento de desafios, dificuldades, dores, suor e lágrimas. Muitas lágrimas. Como afirma o apóstolo Paulo, baseado em sua própria experiência: 2Co 4.11-18.

_ “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12.9-10).Sem dúvida esta deve ser a nossa expressão de amor a Jesus, em todo tempo. Resta, porém, uma pergunta para nossa reflexão: “Estamos nós, realmente, dispostos a adorar, glorificar e servir ao Deus vivo, que é revelado em Jesus Cristo, mesmo se ficarmos desempregados, abandonados pelos amigos, vendo a morte se aproximar?” Este foi o desafio que Jó, João Batista, Paulo, apóstolo, e tantos outros servos de Deus através dos séculos, têm enfrentado. E é o desafio para todos nós. Amém.

sábado, 5 de abril de 2008

Em Cadeiras De Rodas

Algumas vezes Deus nos coloca em “cadeiras de rodas” não para nos torturar, nos envergonhar; mas para que possamos glorificá-Lo. É fácil dar testemunho de bênçãos materiais, quando somos agraciados com sucesso, dinheiro, ou posição social. Difícil, porém, mais convincente, é o testemunho vivo de quem está morrendo por amor a Cristo, como Estevão, João Batista, Paulo; e, principalmente, o nosso Senhor Jesus Cristo. Que consolação é crer na soberania do Senhor Jesus e poder glorificá-Lo em todas as circunstâncias! Você já pensou nisso? Finalmente, quero mais uma vez expressar minha gratidão a Deus e a todos quantos, direta ou indiretamente, estiveram ao nosso lado, compartilhando conosco tanto nos momentos felizes como nos momentos de apreensão e ansiedade.

Hoje, mais uma vez, quero renovar minha gratidão a Deus pela Sua misericórdia para conosco: Bendito seja o teu nome, ó Deus! Glória ao teu nome, Senhor!
Nesta hora de profunda gratidão e louvor a Ti pelos incontáveis benefícios do Senhor em nosso favor, a começar da bênção maior de nossa restauração espiritual, a nossa salvação em Cristo Jesus. Louvamos o Teu santo nome pelo dom da vida; pela vida de nossos filhos e netos, meus e de todos quantos estão compartilhando conosco desse momento de gratidão. Nesta hora de gratidão e alegria, não te peço que diminua meu amor por meus filhos e neto, mas que aumente mais e mais meu amor por Ti! Por favor, Senhor, não permitas que eu venha a esquecer-me, jamais, de Seus benefícios; nem que eu venha a idolatrar alguém (nem mesmo filhos ou um neto querido), por mais preciosa que seja essa pessoa para mim.

Quero Te amar e Te glorificar com tudo o que sou e tenho, com todas as forças de meu ser; além de tudo e de todos, até da minha própria vida. Que minha vida sirva para a manifestação da Tua glória neste mundo enquanto me permitires aqui viver! Glorifica o Teu precioso nome na vida de meus filhos, netos (quantos o Senhor nos permitir), e nas vidas de quantos compartilham conosco dessa oração. Para o louvor da Tua glória, em nome do Senhor Jesus, o Teu Filho amado. Amém.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Exemplo De Vida

Precisamos considerar: Que exemplo de vida de fé estou deixando para os meus queridos a quem tanto amo? Qual o encorajamento e estímulo minha vida há de ser para os que estão olhando fixamente para mim? Não posso deixar que eles falem no futuro a meu respeito como se disse no passado a respeito de outros: “Os nossos olhos ainda desfalecem, esperando vão socorro; temos olhado das vigias para um povo que não pode livrar” (Lm 4.17).
Ao contrário, preciso ser-lhes um exemplo positivo. E como isso nos é custoso e tremendamente importante e desafiante!
Finalmente, o apóstolo Paulo fala do sofrimento como uma manifestação da graça de Deus em nosso favor:
_ “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e que em nada estais intimidados pelos adversários. Pois o que é para eles prova evidente de perdição é, para vós outros, de salvação, e isto da parte de Deus. Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu” (Fl 1.27-30).

Nossa atitude diante do sofrimento, portanto, deve ser de adoração e gratidão a Deus, como fizeram os apóstolos do Senhor:
_ “Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram. E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” (At 5.40, 41).

Em um de seus livros, a jovem tetraplégica, Joni Eareeckson, contou sobre um amigo seu que também havia sofrido acidente semelhante ao seu, ficando na cadeira de rodas. Quando seu amigo demonstrou desejo de suicidar-se, Joni falou-lhe de seu amor por Jesus, e, também, do amor de Jesus por nós. E encerrou sua palavra sobre o assunto com uma frase inesquecível: “Você já pensou na possibilidade de louvar a Deus em sua cadeira de rodas?”