terça-feira, 23 de outubro de 2007

01 - Vida Abundante

“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10).Teria Deus prometido uma vida de abundância, de fartura perene, de bens materiais, de plenitude de saúde e absoluta paz na terra? Quem você acha que teve vida abundante, realmente: Paulo, com todos as suas doenças físicas, que sofreu espancamentos, perseguições de toda a sorte, escárnio e zombaria; ou o rico da parábola contada por Jesus (rico e Lázaro)?; ou o jovem rico ao qual Jesus mandou que vendesse todos os seus bens para depois segui-Lo? João Batista pregando no deserto, comendo gafanhoto com mel silvestre, ou Zaqueu, o publicano, antes de encontrar-se com Jesus, em sua coletoria?Pedro e João e os demais que ousaram seguir a Jesus, deixando para trás o barquinho e as redes de pescaria que representavam a garantia de sua sobrevivência material; ou Nicodemos com toda a sua formação acadêmica e sua provável tranqüilidade econômica? E o Filho Pródigo, quando foi que ele experimentou a verdadeira vida abundante? Quando viveu dissolutamente gastando toda a sua herança pelo mundo a fora, ou depois que voltou sem nada, humilhado, aos braços ternos do pai?
Portanto, podemos afirmar com toda a convicção que nosso Senhor não estava se referindo à vida de abundância física e material, visto que Ele mesmo afirmou que quem não deixar tudo e tomar a sua cruz não é apto para o reino de Deus. Ora, o Senhor não seria incoerente e contraditório, afirmando coisa completamente antagônicas, afirmando que temos que deixar tudo (no sentido de prioridade e preocupação) e depois passar a ensinar que devemos reivindicar o TUDO que deixamos para traz, e mais ainda o que haveremos de conquistar pelo simples fato de sermos filhos de Deus. Isto seria um contra-censo, e nosso Mestre não é incoerente e confuso em Seus ensinos.
Então, qual seria essa vida abundante à qual se refere nosso Senhor no texto mencionado acima? Vida abundante, porque cheia da graça e da presença divina. Vida significativa e abundante não de bens materiais que venhamos experimentar, mais sim pela preciosidade da superabundante graça de Deus em nós.